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Hannah Arendt: Legitimidade e Política - Programa de Pós ...

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estruturas políticas com os processos <strong>de</strong> constituição da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> 251252 , este fato<br />

assinalando para sua incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabilizar e conservar os organismos políticos<br />

mo<strong>de</strong>rnos.<br />

As revoluções mo<strong>de</strong>rnas apreendidas a partir da ótica da fundação, traduzem para<br />

<strong>Arendt</strong> a necessida<strong>de</strong> do estabelecimento <strong>de</strong> um domínio político assentado nas liberda<strong>de</strong>s<br />

políticas da ação e do discurso. Para a autora, a idéia central das revoluções, “é a<br />

instauração da liberda<strong>de</strong>, ou seja, a fundação <strong>de</strong> um corpo político que garanta o espaço<br />

on<strong>de</strong> a liberda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> surgir.” 253 Sobre a Revolução assinala um alargamento nas reflexões<br />

<strong>de</strong> <strong>Arendt</strong> que, na via do ensaio O que é Autorida<strong>de</strong> ?, articula a excelência do início em<br />

imprimir durabilida<strong>de</strong> ao mundo, em fazer do mundo um espaço próprio para o abrigo dos<br />

homens. A emergência política das revoluções atesta, “a ânsia <strong>de</strong> libertar e <strong>de</strong> construir<br />

uma nova casa on<strong>de</strong> a liberda<strong>de</strong> possa morar,” 254 calcando-se na exigência <strong>de</strong> fundar um<br />

domínio político on<strong>de</strong> as liberda<strong>de</strong>s políticas emergentes possam ser abrigadas<br />

positivamente no conjunto do espaço político 255 .<br />

Em geral, as revoluções somente são possíveis quando a autorida<strong>de</strong> do corpo<br />

político não é mais reconhecida. Isto suce<strong>de</strong>, quando o consentimento em que a autorida<strong>de</strong><br />

do corpo político está vinculada <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> apoiá-la, resultando na falta <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong> e na<br />

conseqüente perda <strong>de</strong> comando e integração dos cidadãos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado sistema político.<br />

Os chamados revolucionários retomam o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um regime em <strong>de</strong>sintegração política e, à<br />

medida que gestam po<strong>de</strong>r político organizando-se e atuando conjuntamente com vistas a<br />

<strong>de</strong>terminados fins, as revoluções po<strong>de</strong>m, enfim, acontecer. Para <strong>Arendt</strong>, se a autorida<strong>de</strong><br />

política é reconhecida, em absoluto suce<strong>de</strong>m revoluções; por outro lado, se os homens não<br />

estão articulados e organizados conjuntamente, se não geram po<strong>de</strong>r político suficiente para<br />

tomar o po<strong>de</strong>r político <strong>de</strong> um regime em <strong>de</strong>sintegração, as revoluções não são possíveis.<br />

251<br />

G. AGAMBEN, Os Direitos do Homem e a Biopolítica”, In Homo Sacer – O po<strong>de</strong>r soberano e a<br />

vida nua 1, p. 134.<br />

252<br />

G. AGAMBEN, Os Direitos do Homem e a Biopolítica”, In Homo Sacer – O po<strong>de</strong>r soberano e a<br />

vida nua 1, p. 134.<br />

253<br />

H. ARENDT, SR, p. 122.<br />

254<br />

I<strong>de</strong>m, SR, p. 34.<br />

255<br />

A. AMIEL, “La condition explore les condition prépolitiques du politique les activités humaines,<br />

leurs vriables hiérarchies et les domaines qui sont liés aux activités et à leus modification), Sur la<br />

révolution est une conceptualisation ( et un ‘récit’) du type d’événements et d’institutions majeurs <strong>de</strong><br />

l’époque mo<strong>de</strong>rne”. La non-philosophie <strong>de</strong> <strong>Hannah</strong> <strong>Arendt</strong> – Révolution et jugement, p. 14. e p. 39.

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