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Untitled - Chazit Rio de Janeiro

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Kc Opinião<br />

É o meu <strong>de</strong>sejo, se não o meu <strong>de</strong>ver, tentar falar com alguma honestida<strong>de</strong> sobre<br />

o que vem acontecendo na televisão, nos jornais e na mente <strong>de</strong> muitos. A divulgação<br />

do pensamento imóvel transformou-se em arma letal, cujo cano encontra-se apontado<br />

diretamente para o conhecimento e para a racionalida<strong>de</strong>.<br />

Começo por dizer que nossa historia será o que fizermos <strong>de</strong>la. E se existir algum<br />

pesquisador daqui a 50 ou 100 anos, ele lá encontrará, gravado em preto e branco e<br />

em cor, em papel e em bits, evidências da intransigência, do escapismo e da isolação<br />

da mente na época em que vivemos.<br />

Tendo o pensamento estático como máxima, uma parcela da população apresenta-se<br />

como ativa e consciente, dotada <strong>de</strong> todo o bom-senso do mundo, capaz <strong>de</strong> simpatizar<br />

com a dor <strong>de</strong> povos que nunca conheceu e com a causa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologias que nunca<br />

estudou. Dentro dos eixos do possível, procura <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os princípios rotulados como<br />

corretos. Assim, cria uma alergia embutida à informação que contradiz ou questiona<br />

sua “indubitavelmente correta” teoria.<br />

No entanto, ao contrário <strong>de</strong>sses, proponho que esqueçamos os dias em que se<br />

acreditava na verda<strong>de</strong> única, esqueçamos a época em que honrado era o homem que<br />

<strong>de</strong>fendia os mesmos pontos <strong>de</strong> vista até o fim <strong>de</strong> sua vida e esqueçamos que alguma<br />

vez alguém já acreditou apenas porque “sempre foi assim”.<br />

De fato, nossa história será o que fizermos <strong>de</strong>la. Se continuarmos como estamos,<br />

ela seguirá seu curso e os <strong>de</strong>feitos existentes continuarão presentes. Mas apenas por<br />

agora, acreditemos na importância do questionamento e da mudança. Imaginemos que<br />

a qualquer momento, todas as nossas maiores crenças se alterassem, e que tudo que<br />

era tomado como certo passasse a ser revisto.<br />

Aconteceria alguma coisa, além da criação <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iras – e sempre questionáveis<br />

– visões que po<strong>de</strong>riam muito bem <strong>de</strong>terminar o futuro <strong>de</strong> nossas vidas?<br />

Assim, o <strong>de</strong>ver, e também o <strong>de</strong>sejo do KC é tentar, com toda a honestida<strong>de</strong>, falar<br />

do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> persuasão do indivíduo sobre ele mesmo e sobre o mundo e alertar sobre<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação e <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> intransigência em questionamento.<br />

E se aqueles que estão muito passivos, indiferentes ou ignorantes estiverem corretos,<br />

e esse instrumento realmente servir apenas para repassar idéias perpétuas e<br />

imutáveis, então a caneta <strong>de</strong>ve estar começando a falhar neste exato momento e logo<br />

veremos apenas um espaço em branco.<br />

Ainda, porém, acredito que esse instrumento possa ensinar. Ele po<strong>de</strong> iluminar e,<br />

sim ele po<strong>de</strong> até inspirar. Porém só o po<strong>de</strong> fazê-lo ao passo que seus leitores estejam<br />

<strong>de</strong>terminados a usá-lo para esses fins.<br />

Do contrário, ele é apenas tinta e símbolos num papel.<br />

Daniel S. Gan<strong>de</strong>lman

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