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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 79<br />

de se lançar a empresas. O inimigo conforme corria voz, estava<br />

prestes para batalhar conosco, e este era também desejo dos seus"<br />

Começou, pois Maurício a revolver no pensamento esta facção Expedição conde<br />

maior tomo e de maior labor, isto é, a expugnação da Baía e de ^TODOS^OS^<br />

sua metrópole, da qual, tendo-nos antes dela senhoreado com varo- SANTOS.<br />

nil audácia, fomos depois privados por feminil covardia, por se haverem<br />

os guardas entregado à lascívia. Por cartas reiteradas dos<br />

diretores da Companhia, foram ao Conde prometidos auxílios para<br />

esta expedição. Tardando, porém, estes e passando a quadra do ano<br />

própria para a guerra, o Conde, maior na grandeza do ânimo do que<br />

na das forças então disponíveis, convocou os soldados de todos os<br />

presídios e recenseou 3.400 holandeses e 1.000 brasileiros. Determinou<br />

que estes se reunissem aos holandeses, presumindo que entre<br />

uns e outros se havia de dar emulação de valentia. Aprendera que<br />

Se 'faz de um modo a guerra interna e de outro a externa; que, na<br />

primeira, tem-se de sustentar a luta, utilizando as forças militares<br />

que a pátria subministra, e, que na segunda, pode vencer-se o inimigo<br />

ainda mesmo por meio dos seus, os quais, impacientes de uma<br />

dominação diuturna e feroz, abraçam avidamente o auxílio estrangeiro<br />

. A despeito de saber Nassau muito bem que, com o seu exército,<br />

não estava apto para meter ombros à expedição projetada, por<br />

ser mais poderoso o competidor, todavia não desistiu da empresa,<br />

alentado com a expectativa quotidiana das tropas auxiliares que lhe<br />

viriam da Holanda. Também incitavam o Conde os diretores europeus,<br />

apertando-o de contínuo para realizar a conquista da Baía,<br />

na qual levava a mira. Era ali, dizim eles, o principal refúgio dos Razões da expeportugueses;<br />

era ali que se dava a máxima atenção à resistência<br />

contra o invasor e à honra do rei da Espanha; em nenhuma outra<br />

parte havia mais engenhos de açúcar e presa mais rica; com aquela<br />

vitória poderia o Brasil dentro em breve estar todo sujeito à Holanda,<br />

e nenhuma outra cidade galardoaria mais dignamente os vencedores<br />

e causaria danos mais certos aos adversários. Da própria Baía<br />

e da cidade de São Salvador se denunciava ao Conde que a soldadesca<br />

das guarnições queixosa por não lhe serem pagos os soldos,<br />

se inclinava para a rebelião; que havia divergência entre Bagnuolo<br />

e o governador da Baía sobre o modo de se fazer a guerra, que os<br />

baianos simpatizavam conosco e seriam nossos, segundo a vontade<br />

da fortuna; que o Conde, pela sua moderação, clemência e benignidade<br />

para com os portugueses, ganhava-lhes os ânimos, atraindoos<br />

a si dia a dia; que o inimigo se sentia fraco pela penúria de armas<br />

e mantimento.

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