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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 75<br />

restem, deixando-o ferver de novo até consumir-se a lixívia. Em<br />

seguida o viram, como que renascido, nas fôrmas, cobrem-se as<br />

caras destas com barro mais puro, e, secando este à maneira de crosta,<br />

põe-se outro mais algumas vezes, com o mesmo fim que dantes,<br />

escorrendo de novo um mel mais grosso e mais impuro.<br />

Distingue-se o açúcar em mole e duro. Este, segundo sua forma,<br />

chama-se pão de açúcar, açúcar misturado, candi, e penídio<br />

(90) O açúcar em pão diversifica-se em açúcar da Madeira, das<br />

Canárias, fino, de Meli (91) e de S. Tome. Os dois primeiros<br />

assim se denominam por causa das ilhas donde procedem. O fino<br />

é assim chamado por ter chegado ao seu fim, isto é, por ter atingido<br />

o ápice da alvura e da pureza. O de Meli tirou a denominação de<br />

Meli, ilha da índia Ocidental, e o de S. Tome designa-se assim,<br />

porque provém da ilha desse nome. Este é de qualidade inferior e<br />

trigueiro, empregando-se principalmente em xaropes, conservas, remédios<br />

e clisteres. Chama-se misturado o que se transporta em<br />

caixas, sendo formado com fragmentos dos outros. O candi toma<br />

o nome dos gregos barbarizados, porque é facetado e, quebrandose,<br />

salta em partículas angulares. A este chamam-lhe os gregos<br />

modernos %ávxov. Erro é do vulgo e dos ignorantes que tem êle<br />

tal nome por derivar este da palavra latina candor, como que significando<br />

cândido, ou por o tirar da ilha de Cândia, pois nem todo o<br />

açúcar candi é branco, nem todo o que é branco é candi. Há, com<br />

efeito, um outro açúcar cristalizado, semelhante a um cristal, que se<br />

faz com o açúcar fino; há um outro aloirado e que nunca clareia, que<br />

se fabrica com o de São Tome e é assaz parecido com êle. O penídio<br />

faz-se com o açúcar em pão, com o de S. Tome e até mesmo com<br />

o misturado. Recomenda-se por mais alvo, mais raro e mais moderado<br />

no calor.<br />

Em 1634, invadiram a Paraíba os coronéis Schkoppe, Ártichofski,<br />

Henderson e outros e, expugnados todos os fortes, atribuíram-na<br />

à Companhia. É próxima dela, para o norte, a colônia<br />

do Rio Grande, que deve também o seu nome a um rio notável, cujo<br />

acesso é muito difícil por causa dos bancos de areia e do mar pouco<br />

fundo, mas tem as terras do sertão muito amenas. Chamam-lhe<br />

os bárbaros Potengi (92) Foi navegado pelos franceses, os quais,<br />

aliando-se aos indígenas, ali se estabeleceram. Os portugueses<br />

expulsaram aos franceses com o auxílio do governador da Paraíba,<br />

Feliciano Coelho (93), submetidos também, com alguns combates,<br />

os gentios. Caiu a região em nosso poder, tomando-se-lhe<br />

a fortaleza em 1633. Capitaneou a expedição Matias Ceulen, tendo<br />

Várias formas do<br />

açúcar.<br />

Paraíba vencida<br />

pelos nossos no<br />

ano de 1634.<br />

Descrição da Capitania<br />

do Rio<br />

Grande do<br />

Norte.

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