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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 71<br />

Para firmarmos o poder, sem dúvida valemo-nos também das<br />

opiniões religiosas. Cada qual toma a que escolheu como instrumento<br />

idôneo para procurar a segurança em benefício não só da salvação<br />

dos homens, mas também da dominação.<br />

Não foi menor o zelo que se votou ao comércio, à compra de<br />

açúcar e pau-brasil, quer fosse tomado ao inimigo, quer adquirido<br />

por dinheiro, quer cortado em nossas matas, e bem assim ao tráfico<br />

freqüente dos escravos, ao transporte do ouro americano para a<br />

terra pátria, às mercadorias importadas nas naus da Holanda, ao<br />

reparo das avariadas no mar, aos futuros carregamentos e às várias<br />

necessidades das que partiam. Tratava-se dos estipêndios, prêmios<br />

e rações dos indígenas incorporados na nossa milícia? das contínuas<br />

remessas, idas e voltas de vasos transportando armas e provisões<br />

para todos os territórios do Brasil, ora para estes, ora para aqueles;<br />

das designações de magistrados em toda as províncias e, na ausência<br />

do Conde, das suas eleições; dos pedidos dos predicadores e ministros<br />

reformados. Demais, cuidava-se da assistência aos pobres,<br />

órfãos e enfermos; do recenseamento dos cidadãos em cada uma das<br />

cidades, e inúmeras outras cousas que cumpria fazer na terra e no<br />

mar, segundo a ordem prescrita pela Companhia no interesse imediato<br />

da República. Era a constante matéria e execução destes objetivos,<br />

digo eu, que apertava o Senado Político.<br />

O Conde, restituído a si e à milícia após moléstia assaz demorada,<br />

fortalecido contra os rigores de uma região aliás salubérrima<br />

e com o corpo já afeito às peculiaridades do ar estrangeiro e transmarino,<br />

partiu para as capitanias da Paraíba e do Rio Grande, em<br />

longa viagem por terra, afim de organizar as províncias, cidades e<br />

aldeias e prover os acampamentos de fortificações, soldados, armas<br />

e vitualhas. Mas, passando para estas províncias, não seria razoável<br />

ignorarmo-lhes a índole, a situação e as produções, pois elas<br />

ministraram matéria fecunda às guerras e ao tráfico dos nossos.<br />

A Paraíba (81) está entre as quatro capitanias setentrionais.<br />

Tomou o nome de um rio que a banha, assim como um outro — o<br />

Mamanguape (82). Segue-lhe logo a colônia de Itamaracá. Ocuparam<br />

outrora a Paraíba os franceses e, expulsos estes, os portugueses<br />

e por último os holandeses. Não possue outras povoações senão os<br />

lugarejos dos engenhos, que, pela multidão dos trabalhadores, constituem<br />

verdadeiras aldeias. Na margem meridional do rio há uma<br />

cidadezinha — Filipéia —. assim chamada em honra do rei Filipe.<br />

Agora, mudadas as partes, recebeu o nome de Fredericópole ou<br />

Frederica, em honra de Frederico, príncipe de Orange. As regiões<br />

Partida do Conde<br />

para as capitanias<br />

da Paraíba<br />

e do Rio<br />

Grande.<br />

ANO DE 1638.<br />

Descrição da<br />

Paraíba.<br />

Rios.<br />

Filipéia, hoje<br />

Frederica.

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