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Baixos - Brasiliana USP

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Comenda.<br />

Cabo Corso.<br />

Os régulos dos<br />

negros pedem<br />

paz.<br />

Ordem do nosso<br />

exército.<br />

Koin combate<br />

:om os africanos.<br />

58 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

se achava no porto de Comenda (65), onde deveriam encontrarse,<br />

alegres de poderem resolver de comum acordo o que se tinha<br />

de fazer.<br />

Posta a soldadesca em terra, junto ao Cabo Corso, o primeiro<br />

cuidado de Koin foi fazer aguada. Depois, avançando um espaço<br />

de meia hora, chegou a um rio, a um morro e a uma planície coberta<br />

de viçosa relva, própria para assentar o acampamento.<br />

Refeitos aí o camandante e os soldados, dentro de duas horas<br />

foram ter a outro monte, próximo da fortaleza. Os régulos negros,<br />

alvoroçados, em toda a parte, com estas novas empresas e incertos<br />

do futuro, pediram paz, a qual seria ratificada, vencendo-se a fortaleza,<br />

e seria irrita, não se vencendo. Se a situação ficasse duvidosa,<br />

também eles ficariam dúbios e não seguiriam a ninguém, por temerem<br />

aos espanhóis. Alcançando a segurança, acompanhariam o vencedor.<br />

Entretanto aprendêramos, por um exemplo recente, que não<br />

se devia fiar muito nos pactos de tal gente, pela sua ínsita falta de<br />

caráter, já outrora observada nos africanos pelos escritores de Roma,<br />

nos númidas, nos cartagineses e nos capitães Jugurta e Aníbal.<br />

Tínhamos 800 soldados e 500 marinheiros. Marcharam em três<br />

colunas: na vanguarda ia o capitão Guilherme Latan; no meio, o<br />

sargento-mor João Godlat; na retaguarda, formada pelos veteranos,<br />

ia o coronel Koin. Já se tinham os nossos aproximado da fortaleza<br />

um tiro de peça, não longe da aldeia habitada pelos africanos,<br />

quando irrompeu dos esconderijos da mata e derramou-se em torno<br />

dos nossos um exército de mil negros, com tal ímpeto e alarido que<br />

parecia pretenderem o nosso extermínio.<br />

Com efeito, sacrificados alguns holandeses e degolados, segundo<br />

o costume daquele gentio, os que tinham prostado, passearam<br />

com as cabeças como inequívocos sinais da morte dos inimigos,<br />

e se um soldado veterano e experimentado não fizesse rosto àquele<br />

robusto exército, o desastre da vanguarda teria atingido às colunas<br />

seguintes. Socorreu Godlat os combatentes. Os negros, sem se<br />

amedrontarem com os tiros de mosquetaria, não sabiam o que era<br />

retroceder. Era tanto o furor dos que afoitamente se arrojavam à<br />

luta que expunham o corpo aos próprios canos dos mosquetes. Tal<br />

ferócia mostravam contra os mortos que se deixavam matar sobre<br />

os cadáveres dos nossos e, empenhados em decapitar os holandeses,<br />

preferiam sujeitar a cerviz ao mesmo perigo a desistirem dos seus<br />

cruentos despojos. Dos nossos morreram o capitão Latan, o seu<br />

loco-tenente, três alferes e cerca de 40 soldados rasos, feridos de<br />

dardos.

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