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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 57<br />

de nossas fronteiras. Julgou, portanto, Nassau que, sem prejuízo do<br />

bem público, poderia dispensar parte do exército, temendo, além<br />

disso, que a ociosidade, a maior inimiga da disciplina militar, corrompesse<br />

a soldadesca e, por deliberação do Conselho, despacha<br />

para a África o coronel João Koin (Kühn) Partindo de Pernam- o chefe daexbuco<br />

aos 25 de Junho de 1637 em nove naus providas de soldados, Kotnc^iega°à<br />

armas e mantimentos, arribou êle, com feliz navegação, às costas África. 25 DE<br />

da Guiné, vencido o mar etiópico. Sem demora comunicou por carta io°7.<br />

a sua chegada a Nicolau von Ypern, governador de Guiné e de<br />

Angola e morador em Moréia (64-A). Era esta a substância da<br />

missiva: "Aqui me encontro pôr ordem do Conde João Maurício de<br />

Nassau e de todo o Supremo Conselho, dispondo de forças e de<br />

companhias militares para atacar o forte de S. Jorge. Peço-vos me<br />

indiqueis lugares cômodos para o desembarque no território inimigo<br />

e a maneira pela qual possa realizar cautamente a interpresa planeada.<br />

Solicito-vos também que me provejais de carretas de artilharia,<br />

das quais necessito. Com todo o gênero de obséquio, brilhantes promessas<br />

e prêmios, convidai os negros para se associarem à guerra.<br />

Tende consideração com os ingleses, se acaso houver algum na costa.<br />

Pretextai para a nossa chegada outros motivos, envolvendo a empresa<br />

num sagrado silêncio, o melhor e o mais seguro penhor das<br />

façanhas que se intentam, para tagarelas e traidores não divulgarem<br />

os nossos desígnios. Esperarei a vossa resposta nos surgidouros<br />

de Abina, Axem ou Moréia"<br />

Enquanto Koin anda ao pairo em frente do litoral, chegam-se<br />

aos nossos dezoito canoas de negros, os quais perguntavam por<br />

mercadorias holandesas que tencionavam permutar por dentes de<br />

elefantes. Quando os holandeses disseram que não levavam mercadoria,<br />

duvidaram os negros da sua amizade. Depressa, porém,<br />

atestaram-na aos africanos, deixando cair nos olhos algumas gotas<br />

de água do mar. Fizeram estes o mesmo, por um rito de juramento<br />

familiar a estes bárbaros. Proejando os nossos para os surgidouros<br />

de Abina e Axem, de novo navegaram canoas em direitura deles, JSstâncias^ de<br />

desejosas de comerciar. Os holandeses pediram um prazo de três<br />

ou quatro dias para a negociação; mas os africanos, chamando a<br />

superstição a conselho, diziam ter sabido de Titesso, seu nume tutelar,<br />

que estavam de caminho sete naus grossas, com cuja chegada<br />

iriam depreciar-se as veniagas dos nossos. Koin, sem acreditar<br />

neles e ruminando outra cousa, escreveu outra carta ao governador<br />

de Moréia, quasi no mesmo sentido da primeira. Êle respondeu que<br />

Abina e Axem.

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