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Baixos - Brasiliana USP

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Elogio do Conselho<br />

Secreto e<br />

Político.<br />

Minas.<br />

48 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

casas ou restaurar as arruinadas, proibido severamente o transporte,<br />

dali para outro sítio, de entulhos, madeiras, pedras, ferragens.<br />

Baixou o Conselho um decreto mandando vender em hasta pública<br />

os escravos que fossem nossos, quer por direito de guerra, quer por<br />

compra. Aos antigos romanos era familiar vender os prisioneiros<br />

de guerra e obrigá-los a trabalhos servís, e antes deles o foi também<br />

aos tecsalos, ilírios, tribalos e búlgaros. Nas guerras dos cristãos<br />

entre si, reputa-se isso uma dureza, e os maometanos, apesar<br />

de não seguirem tal costume entre os povos da sua religião, usam<br />

essas vendas entre estes e os cristãos, desiguais em religião.<br />

Seria de escritor em extremo diligente e esquadrinhador de<br />

minúcias dar o número e os nomes das naus que, por essa época partiram<br />

da Holanda e a ela tornaram, transportando mercadorias,<br />

mantimentos, armas, etc.. Referirei apenas isto: nesta ocasião, aportou<br />

ao Recife uma nau francesa, à qual o Eminentíssimo Cardeal<br />

Armando Richelieu, em nome do Rei Cristianíssimo, concedera licença<br />

para comerciar e para hostilizar os adversários. Entretanto,<br />

assim como foram cortêsmente acolhidos os capitães dela, por acatamento<br />

e amizade ao rei nosso aliado, assim também, por um mau<br />

proceder, atraíram a si os franceses que ali militavam sob nossas<br />

bandeiras, mandando-os sair do Brasil. Este é aquele Richelieu, há<br />

pouco árbitro do reino de França e dos seus destinos, sob o rei Luiz.<br />

Abrangendo em sua mente capacíssima os complicados interesses<br />

da Europa, não somente firmou a fortuna da França, mas também<br />

abalou a dos monarcas e príncipes vizinhos.<br />

Não se deve passar em silêncio a diligência e o zelo de alguns<br />

conselheiros, que julgavam importantíssimo para a conservação do<br />

nosso domínio no Brasil tomarem a direção da guerra aqueles mesmos<br />

que presidiam ao governo. Isto seria preferível a que, confiando<br />

as campanhas ao comando de outros, esperassem de votos inoperantes,<br />

dentro das fronteiras, a sua fortuna e a pública, recebendo<br />

como alheios os sucessos prósperos e sofrendo se lhes imputassem<br />

como próprios os adversos. Mereceram louvores por esse empenho<br />

Gisselingh, Mateus van Ceulen, Adriano van der Dussen, Carpentier<br />

e outros. Jornadeando, restaurando fortalezas, providenciando<br />

vitualhas e armamentos e enviando tropas e esquadras contra<br />

os adversários, tornaram-se nomes dignos de tão relevantes<br />

funções.<br />

Nessa ocasião, esperanças de minas metalíferas vieram alentar<br />

os mercadores e, como sói acontecer nas quadras de aperto, os<br />

lucros que em toda a parte se esperavam afagavam, em suavíssimos

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