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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 41<br />

natureza e pela sua construção. Havia também uma igreja de freiras<br />

e mais outras. Tinha duas matrizes: a de S. Salvador e a de S.<br />

Pedro. Calculavam-se em 200 os moradores, fora eclesiásticos e escravos.<br />

Distribuíam-se em quatro companhias de número desigual,<br />

como se costuma. Eram mais ou menos duzentos os mais ricos.<br />

De Olinda estende-se para o sul, entre o rio Beberibe e o Oceano,<br />

um istmo, de cerca de uma légua, assaz estreito e arenoso, semelhante<br />

a uma costela ou linguazinha. Com noutros lugares, colocou-o<br />

a Providência Divina fronteiro a esta costa contra os assaltos<br />

do mar. Na sua extremidade existiu uma povoação chamada<br />

"Recife" ou "Abrigo" (56), talvez porque dentro deste e de uma<br />

outra língua de terra a êle semelhante, chamado Recife de Pedra,<br />

podem e costumam as naus abrigar-se para receberem e despejarem<br />

os carregamentos. Tinha esse povoado uma população densa, e<br />

no sítio em que o mar corta ao meio o istmo arenoso é o surgidouro<br />

das naus maiores, por causa da notável profundidade. Defronte<br />

deste, onde morre o Recife de Pedra, que deixa passar as ondas<br />

aqui e acolá, existiu uma torre surgindo das vagas com o nome de<br />

Castelo do Mar, para diferençar-se do que se via no recife de terra<br />

ou areia, denominado Castelo da Terra e pelos portugueses Castelo<br />

de S. Jorge.<br />

Abandonada Olinda, mudaram para a povoação do Recife os<br />

mais dos cidadãos e comerciantes, dotando-a de ótimos edifícios,<br />

até que Mauriciópole entrou a empanar-lhe o fulgor. Recife, cingido<br />

pelas nossas estacadas do lado que olha para o Beberibe, tornou-se<br />

bastante forte, pois o rio é vadeável na vazante.<br />

Tal era o aspecto de Olinda antes de expugnada pelos holandeses,<br />

os quais tornaram inexpugnáveis estes Recifes ou angras,<br />

assim como a ilha de Antônio Vaz. Já esta brilha com o palácio do uha de Antônio<br />

Conde — Frigurgo —, magnificamente construído, a sua própria<br />

custa, para uso dele e honra do governo —, e bem assim com a cidade<br />

Mauriciópole e as pontes admiràvelmente lançadas sobre os<br />

dois rios.<br />

A segunda vila, antes povoação do que vila, é "Iguaraçú" iguaraçú.<br />

mais distante do litoral, em frente a Itamaracá e a 5 léguas de Olinda.<br />

Habitaram-na outrora portugueses de condição mais humilde,<br />

que viviam das artes mecânicas. Caindo, porém, Olinda em nosso<br />

poder, até os seus mais opulentos moradores passaram para Iguaraçú.<br />

Tomaram-na os nossos a 1." de Maio de 1632, incendiandoa<br />

e saqueando-a.<br />

A terceira vila é o já mencionado Recife. Recife.<br />

Vaz -

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