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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 25<br />

de sorte que também aqui se aplica esta observação de Tácito : À<br />

ORLA DO OCEANO VIVE-SE COM MAIS DOÇURA.<br />

Onde, porém, a barbaria, que, para vergonha do gênero humano,<br />

não se peja da sua nudez, embruteceu o espírito dos naturais,<br />

sem temperá-los com boas leis algumas, com cultura alguma, obstinam-se<br />

os povos selvagens em guardar o caráter conforme aos costumes<br />

e ao natural dos seus maiores. Consideram inimigos os desconhecidos<br />

que com eles vão ter, julgando-os, as mais das vezes,<br />

uns como insidiadores da liberdade. Não falta a espíritos tão rudes<br />

astúcia para o mal, e não raro a crueldade e a perfídia substituem<br />

neles a valentia e a prudência. Tudo isto são observações dos europeus,<br />

que a esperança de enriquecer leva lá.<br />

O caráter desses povos ministra-nos matéria" para utilíssima<br />

consideração e para admirarmos a sabedoria da natureza, a qual<br />

cobriu, com a mesma semelhança de membros, tão diversos temperamentos,<br />

tão diversas inclinações de almas. Isto nos ensina a darmos<br />

tratamento diferente a nações diferentes e a conhecermos o<br />

que se| pode esperar de bom ou temer de mau em qualquer povo.<br />

Nenhum se poderia achar de índole tão perfeita que não descobrisse<br />

alguma falha, nem tão rude que se não recomendasse por alguma<br />

boa qualidade.<br />

À força de armas defendem os indígenas do sertão as suas terras<br />

contra os portugueses. Os do litoral vivem misturados com eles<br />

e sujeitos ao seu domínio.<br />

Com extraordinária variedade de formas, produz a região gêneros<br />

próprios de quadrúpedes, serpentes, aves, peixes, árvores e<br />

plantas, cuja descrição, deixada aos especialistas, oferece matéria<br />

agradável de versar. Brotam ali fontes e rios notáveis. Deles o<br />

mais célere é chamado rio DA PRATA, o qual entra no Oceano Rio da Prata.<br />

quarenta léguas da foz e com tanto ímpeto que os marinheiros já bebem<br />

água doce, antes de avistarem, do alto mar, a terra. São também<br />

rios afamados: o Real, o S. Francisco, o de Janeiro, o de Sto. Rio de janeiro.<br />

Antônio Grande, o Capibaribe, o Beberibe, o das Ilhas, o das Con- #• Grande.<br />

tas, o Tinguarí, o de Porto Calvo, o Camaragibe, o Formoso, o Ma- to Yihas' 0<br />

manguape (43), o Paraíba e outros mencionados nesta história e Rio Grande.<br />

conhecidos pela fama dos acontecimentos desenrolados junto deles<br />

e pelas desgraças da guerra. Seria inútil citar mais por miúdo todas<br />

essas cousas já expostas por outros.<br />

Todo o Brasil se divide em colônias e capitanias, algumas das 14 CAPITAquais<br />

reconhecem senhores próprios, outras teem o rei por senhor<br />

São : "Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande, Paraíba, Itamaracá,

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