Baixos - Brasiliana USP
Baixos - Brasiliana USP
Baixos - Brasiliana USP
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
havendo matado um mancebo de nome Baltasar<br />
Ferreira, filho do capitão.<br />
(188) Sepia officinalis. molusco cefalópode<br />
(Dibranchiata). que segrega uma substância<br />
insolúvel na água. cujo sedimento<br />
negro é conhecido nas artes sob o nome<br />
de sépia, tinta de escrever comum na China<br />
Japão e índia, e entre nós também designada<br />
por nanquim. Outro nome da siba é<br />
choco.<br />
(189) Molusco acetabulífero decápodo<br />
(calmar communis ou loligo) . Produz como<br />
as sibas a tinta preta chamada sépia.<br />
(190) São as urtigas do mar, zoófitos<br />
acalefos, a que pertence a alforreca, ou<br />
alguns pólipos de que são representantes<br />
as actínias ou anêmonas do mar.<br />
(191) "Não faltam mexilhões nesta terra<br />
; servem aos naturaes e portugueses de<br />
colheres e facas" Cardim.<br />
(192) Gênero de moluscos acéfalos, de<br />
concha bivalve, família dos Pectinídeos.<br />
Vários gêneros desta família : Pecten (petúnculo),<br />
Chamys, Amusium, Himites e Pedum.<br />
O Petúnculo, ou pente lembra na<br />
forma um pente circular. Há várias espécies,<br />
sendo muito conhecida a vieira, venera<br />
penteola ou concha dos romeiros (Pecten<br />
Jacobaeus) ou concha de S. Tiago.<br />
(193) Copaiba, segundo T. Sampaio, é<br />
corrupção de cupa-yba = a árvore de depósito<br />
ou que tem jazida, em alusão à propriedade<br />
que tem o tronco desta árvore de<br />
guardar, no seu interior, abundância de<br />
óteo balsâmico. Variantes copaiva, copaúva,<br />
cupaí, cupaíba. Em Cardim cupaigba,<br />
em G. Soares copiúba (Copaifera officinalis)<br />
.<br />
(194) Variantes: cabureúba, cabureúva,<br />
cabreúva, cabriúva. Corrupção de caburé<br />
= coruja -\- yba = árvore, isto é, árvore<br />
do caburé (Myrocarpus frondosas) . A resina<br />
que estila da casca tem o nome de<br />
cabureicica. "... dão-se alguns golpes na<br />
arvore, e logo em continente estilla hum óleo<br />
branco que se coalha" (Cardim).<br />
(195) ICICAÍBA = ycyca -f- yba,<br />
isto é, a árvore da resina (T. Sampaio,<br />
segundo Marcgrav) . E' a almecegueira do<br />
Brasil (Protium brasiliense. Eng., família<br />
das Burseráceas) . Variantes : icicariba<br />
(Marcgrav e Barléu), igcigca (Cardim),<br />
icica. Designa-se ainda com os nomes elemieira,<br />
almecegueira do Brasil, ygci, ubiracica,<br />
buracica, biracica.<br />
(196) ITAÍBA = irá -|- iba. a árvore<br />
de ferro, o pau ferro (T. Sampaio). Variantes<br />
: tagiba, itaúba, itaúva, Hymenae,<br />
planta leguminosa da América tropical, muito<br />
dura, exsudando uma resina do tronco e<br />
atingindo grandes dimensões.<br />
(197) Segundo T Sampaio, é corruptela<br />
de a-ndá. o fruto rijo, a noz, a amêndoa<br />
NOTAS DO TRADUTOR 385<br />
dura. Chama-se também purga dos Paulistas.<br />
E' a joannesia princeps de C. Veloso,<br />
euforbiácea, aparentada com a Jatrofa. A<br />
casca dá um suco leitoso muito tóxico e<br />
usado, segundo dizem, para tontear peixes.<br />
As sementes são purgativas e fornecem o<br />
óleo de anda. Cardim se refere a esta árvore,<br />
como formosa, de madeira útil para<br />
tudo e produtora de um óleo de que se servem<br />
os índios para pintarem o cabelo, curarem<br />
feridas e tingirem o corpo.<br />
(198) Teodoro Sampaio regista MUCE-<br />
TAYBA, nome indígena do pau-santo, leguminosa<br />
da sub-familia das Caesalpináceas<br />
(Zoolernia paraensis de Huber) Cardim se<br />
refere a esta madeira : "Ha pao santo, de<br />
humas águas brancas de que se fazem leitos<br />
muito rijos, e formosos"<br />
(199) Gênero de adores da ordem das<br />
Lauríneas. tribu das Perseáceas. Ocotea<br />
opifera.<br />
(200) A forma comum do vocábulo é<br />
ACAIACATINGA, composto de acaiacá<br />
-|- tinga = o cedro branco. Em S. Paulo<br />
altera-se para caiatinga. (Cedrela fissilis).<br />
árvore comum da floresta tropical, família<br />
das meliáceas. Diz R. Garcia que na flora<br />
brasileira há 5 gêneros e 130 espécies de<br />
cedros.<br />
(201) ACAJÚ = acã -J- yú = o fruto<br />
amarelo, caju (Anacardium occidentale<br />
de Lineu, família das Anacardiáceas). Segundo<br />
R. Garcia, o nome acajú reserva-se<br />
hoje para a Cedrela guyanensis (Meliácea).<br />
que vegeta no Amazonas. Todos os autores<br />
antigos que tratam do Brasil falam do<br />
caju, principalmente Simão de Vasconcelos.<br />
Barléu o descreve mais acima (p. 70) em<br />
poucas linhas.<br />
(202 JENIPAPO (ianipaba em Barléu<br />
e Cardim, janipaba em Marcgrav) significa,<br />
em tupi, segundo B. Caetano, fruto de<br />
esfregar ou que serve para pintar (nhandi<br />
-\- pab ou jandipab) . Para T. Sampaio se<br />
decompõe em yandí -\- ipab = "fruto das<br />
extremidades que dá suco". O termo yandí<br />
ou nhandi exprime suco, óleo, o que reçuma;<br />
e o final ipab é o composto de ibá-pab.<br />
contracto em i-pab, que se traduz — fruto<br />
da ponta, do extremo, ou fruto extremo,<br />
alusão a que os frutos do genipapeiro são<br />
tantos quantas as extremidades dos seus<br />
galhos" E' o Genipa americana de Lineu<br />
(Rubiácea) . Dele falam Fr. Vicente do<br />
Salvador, Cardim. S. de Vasconcelos e<br />
Marcgrav.<br />
(203) "At ZABUCALES quae dicuntur.<br />
admodum excelsae... (p. 134). Em<br />
Gandavo Zabucaes, em Fr. Vic. do Salvador<br />
Sasapocaias, em G. Soares Sabucai.<br />
em Cardim Jaçapucaya. Gênero Lecythis.<br />
tribu das Lecitidáceas (Mirtáceas) . Segundo<br />
B. Caetano, o nome tupi compõe-se de