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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 355<br />

por rão ilustre regedor, se livrou da antiga dominação. E não<br />

te pareceu bem o enfureceres-te: a clemência é o eterno dote da<br />

tua família. A todos indistintamente dás a esperança certa da<br />

salvação e da vida, e, abrandado, atrais, com plácidas condições,<br />

os indecisos e o próprio espanhol. E não te basta isto: fortificas<br />

a cidade por terra e por mar e fechas a entrada aos inimigos,<br />

enquanto o pai dos deuses jorra das nuvens as chuvadas e franqueia<br />

os caminhos, e os Faunos dansam na relva densa.<br />

Apenas foi a República firmada pelos teus cuidados, e re=<br />

cebeu suas leis aquela região ameníssima, logo envias as trombetas<br />

belicosas contra o Niger fronteiro e contra as costas africanas,<br />

cobertas, em largo espaço, de fulvas areias. E' a morada<br />

dos Etíopes, semelhantes aos espíritos decaídos que se agitam nas<br />

profundezas do Aqueronte. Ali está situada a poderosa fortaleza<br />

da Mina, que se eleva rodeada de valos e que, possuída, muito<br />

tempo, pelos Filipes austríacos, era o único objeto de receio que<br />

fazia tremer o mercador batavo. Tomaste-a, e aquele famoso<br />

forte juntou-se aos teus troféus. Faltava-te ainda uma vitória<br />

marítima, faltava-te ainda a coroa naval, com que se galardoa o<br />

desbarate das armadas, e eis que, ameaçando males extremos,<br />

vieram aterrar-te os inimigos, e os bordos vizinhos das naus, com<br />

os seus bancos de remeiros, e o coro dos Santos. Tu afundaste-os<br />

a eles que erravam pela vastidão dos mares, fazendo fatais<br />

ameaças de guerra, e condenaste a grandes estragos os heróicos<br />

filhos da Bética e o orgulho do Tejo. Riram-se as serenas Nereidas,<br />

e favoreceram-te o mar, os astros e os ventos.<br />

Lá onde a linha ardente fere os povos que sob ela vivem e<br />

corta em partes iguais as imensas alturas do céu, estende-se uma<br />

terra, a qual nada no mar que a rodeia inteiramente. E' fértil de<br />

doenças e do suco e feliz orvalho que as doces canas produzem.<br />

Abre-se ali um teatro das tuas glórias, e aquela terra aceitou o<br />

teu freio, assim como o rico morador de Angola e os indígenas<br />

negros espalhados pelas orlas do Oceano. Uns oferecem ao<br />

mercador o branco marfim, apresentam-lhe outros o fulvo ouro e,<br />

com preço iníquo, registam os que se vendem como escravos.<br />

"Por que és roubada ao homem, doce liberdade ? E por que, ó<br />

natureza, queres sofra êle a servidão ? Todo aquele que é homem<br />

é imagem de Deus, e quem nasceu inocente não merece a violência.<br />

Todos os mortais somos gerados sob leis iguais e com iguais<br />

direitos, mas logo nos tornou dessemelhantes a injustiça, o furor<br />

da guerra a esse insano furor de fazer mal"

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