16.04.2013 Views

Baixos - Brasiliana USP

Baixos - Brasiliana USP

Baixos - Brasiliana USP

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

352 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

bainhar a espada. Viu admirada Castela ao Centauro, e mais<br />

para o Sul, ao Índio e o Altar<br />

A terra recebe o alívio de sombras duplas, vendo-as ora à<br />

direita, ora à esquerda. Sempre que nós, sem sol, calcamos, nas<br />

noites hibernas, o agudo gelo, arde ali a lâmpada de Titânio e,<br />

abrasadora, queima as fuscas frontes dos naturais. Ali não anda<br />

o incóla pela ribeira do Vaal ou do Reno bicorne, nem olha o Líger<br />

e o citico Araxe. O nobre nome da nação amazônica, o Maranhão<br />

que rega extensos territórios e o vasto Rio da Prata, que<br />

golfa límpidas ondas, dão às águas a sua denominação.<br />

Em seus giros oblíquos, mal se escondem os astros, e apenas<br />

breve intervalo medeia entre os dias.<br />

O poderio romano, amplo embora, não levou àquelas terras<br />

as suas águas audazes. A Grécia não conquistou Olinda. O<br />

papagaio trazido de tais regiões não pronunciou o nome de Esparta,<br />

nem o de Tebas, fundada pelo fenício Cadmo, nem o teu,<br />

Milcíades, nem o teu, vitorioso Teseu. Esta sorte coube à Hespéria,<br />

e esta glória foi reservada para o Betis e para o regedor do<br />

Tejo. A este se entregou o bárbaro e depois se acostumou com<br />

os dominadores iberos. Também nós, cuja marcial bravura não<br />

sabe conter-se no mesmo lugar, e cujo grande arrojo, a exemplo<br />

dos reis, quer sempre passar mais além, atravessando o imenso<br />

mar, para transpor em breve as lagoas infernais, também nós lá<br />

fomos ter e naquelas plagas suspendemos os nossos louros. Desfrutamos,<br />

assim, o que conquistamos, tornando-se despojos dos<br />

nossos batavos os reinos ganhados outrora pelos Lusitanos.<br />

Ali possue hoje o holandês pacíficas moradas e tranqüilos<br />

tetos. O nome dos Oranges apagou a fama dos capitães índios<br />

e espanhóis. Emigramos para longe: a Holanda entrega ao próprio<br />

Oceano os cidadãos peregrinos e cobre de edificações as terras<br />

estrangeiras. O colono, com a sua gente, muda de céu, faz<br />

correr notícias de si pelos vales auriferos, abala as próprias entranhas<br />

do solo onde se acha o fulvo ouro e amedronta as profundezas<br />

do Érebo. Alegra-se a terra de tratarem as nossas mãos<br />

o seu dulcíssimo açúcar, e de nela viverem os Matíacos e os Sicambros,<br />

lá onde antes os naturais se alimentavam de carne crua<br />

e onde as horríficas machadinhas talhavam membros humanos..<br />

Aquela terra, eminente General, foi reservada para os teus<br />

triunfos e para o teu comando. Havia muito, sob o excelso Príncipe<br />

de Orange, eras soldado e, salpicado com a pólvora da nossa<br />

guerra, ajudaste os interesses públicos com empresas magnâni'

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!