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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 345<br />

altos e os mais humildes, os bárbaros e os cristãos, os mercadores<br />

e os cidadãos. Velou por tudo quanto era em proveito e glória<br />

da Companhia. Obedeceu-lhe aos diretores, quando aconselhavam<br />

as melhores medidas, mas com tal circunspecção que às ver<br />

zes tomava liberdade de modificar e diferir as instruções recebidas,<br />

se assim o persuadia a utilidade da República ou a necessidade,<br />

a exemplo de Augusto, de quem diz o historiador Dions (360)<br />

não ter êle cumprido todas as resoluções, quando temia tivessem<br />

pouco êxito, mas ter disposto certas cousas às circunstâncias e<br />

adiado outras. Não ficou isento da penúria geral, sofrendo junto<br />

com os seus súditos as calamidades da guerra ultramarina.<br />

Aumentou-lhe os labores do governo o ter vivido eatre povos na<br />

maioria discordes pela rivalidade, dúbios na fidelidade e mais<br />

infensos à nossa gente do que a êle. Nenhum inimigo sofreu<br />

dele violência, senão quando cumpria ser vencido; nenhum dos<br />

seus compatriotas lhe conheceu a benevolência, a não ser para<br />

remediar-lhes a miséria ou promovê-los. Era extraordinária e<br />

contínua a sua energia e atividade para enxergar e examinar as<br />

cousas. E sendo fácil entre estrangeiros cair-se na dissolução,<br />

de modo nenhum se entregou aos costumes dos americanos ou<br />

quebrou com a licença a sua fortaleza. Desviou do seu generoso<br />

coração as duas pestes dos que reinam: a sensualidade e<br />

a ambição. Sem dar crédito algum aos boatos sem importância,<br />

levados para se alcançar favor, ponderava maduramente as cousas<br />

verissímeis. Quem poderá citar uma a uma todas as suas obras ? Síntese dos seus<br />

Durante os oito anos de seu governo, desempenhou todos os de-<br />

vetes de um egrégio soberano. A organização da República foi<br />

um dos seus principais feitos. Ampliou o território do domínio do<br />

Brasil, incorporando-lhe novas províncias, e defendeu as antigas.<br />

Só os engenhos e terras de portugueses que tinham fugido<br />

e viviam no território inimigo, postos em leilão e vendidos por<br />

direito de guerra, deram ao tesouro da Companhia um lucro avultado<br />

1.963.000 florins ou mais. De despojos de guerra e outros 1.903.000 florins.<br />

bens tomados ao inimigo alcançaram-se 2.017 478 florins ou 2.017.478 florins.<br />

mais. Levantou fortificações para resguardar as províncias contra<br />

os perigos dos tempos. Anexou ao nosso domínio o Sergipe<br />

dei Rei e as terras do Maranhão, expugnou fortalezas e cidades<br />

— a cidade de São Luiz do Maranhão, os fortes do Calvário, do<br />

Itapicurú e de Tapuitapera. Expulsou de Porto Calvo as guarnições<br />

espanholas, pondo em fuga o Conde Bagnuolo. Edificou<br />

no São Francisco o solidíssimo forte que tem seu nome. Apo-<br />

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