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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 343<br />

Narrei os feitos praticados no Brasil durante o governo de<br />

Maurício, que regressou não só dos perigos de tão longa navegação,<br />

mas também da guerra feita entre tão profunda barbárie.<br />

Deixando de parte as minúcias, escolhi os fatos mais conspícuos<br />

pela exemplaridade, grandeza e proveito.<br />

A linhagem do Conde filiasse na casa de Nassau, que muitos<br />

séculos atrás, foi célebre pelo seu poderio, casamentos e ações<br />

ilustres na paz e na guerra, não só na Alemanha, mas em toda a<br />

Europa. Adolfo de Nassau (359), obtendo o Império Romano-germânico,<br />

foi quem primeiro engrandeceu a casa nassóvia.<br />

Renato de Chalons e Nassau acrescentou-lhe o principado de<br />

Orange. Há duzentos anos transportou-a para os Paises-<strong>Baixos</strong><br />

o Conde Otão. Elevaram-na Engelberto I e seu neto Engelberto<br />

II, que a fizeram sobressair na Holanda por suas cidades<br />

dotais e riquezas. O imperador Maximiliano colocou Engelberto<br />

II no governo das florentíssimas províncias neerlandesas, depois<br />

de ter êle praticado as mais brilhantes façanhas na França e em<br />

Flandres. Sucedeu-lhe seu sobrinho Henrique de Nassau, filho<br />

de um irmão seu, o qual não só comandou o poderosíssimo exército<br />

do imperador Carlos V na França, mas ainda governou todo o<br />

Brabante e outras províncias. E não é menor a glória e a dignidade<br />

de Renato de Chalons, de Guilherme I, de Maurício, assim<br />

como a de S. A. o Príncipe Frederico Henrique, hoje em toda a<br />

parte vitorioso, todos eles príncipes de Orange e reservados venturosamente<br />

pelo destino para regerem os Paises-<strong>Baixos</strong>.<br />

Entre os ramos da casa de Nassau inclue-se o de Dilemburgo,<br />

ao qual pertencem os ditos príncipes, e bem assim este nosso<br />

o Conde João Maurício, de quem trata a presente história.<br />

Dilemburgo, cidade do Condado de Nassau, às margens do rio<br />

Dile, é pátria e solar de tantos Nassaus. O avô do Conde, João<br />

de Nassau, o velho, irmão do príncipe Guilherme de Orange e<br />

vice-governador de Gueldres, enquanto viveu, amplificou a sua<br />

glória com grandes virtudes. João, pai de Maurício, irmão do<br />

Conde Guilherme, eminente governador de Frísia e de Groninga,<br />

depois de celebrizar-se na Holanda, sob Maurício nas artes<br />

da guerra, deu muitas provas de perícia militar como capitão-general<br />

do exército de Carlos, rei da Suécia. Sua mãe Margarida,<br />

filha do duque de Schleswig-Holstein, princesa de ventre fecundo,<br />

deu à luz para alegria de seu marido João, com que foi casada<br />

em segundas núpcias, a João Maurício, Jorge Frederico, Guilherme<br />

Otão, Henrique, Bernardo, Cristiano e João Ernesto, bem<br />

Linhagem da<br />

Casa de Nassau.<br />

Ramo de Dilemburgo.Dilemburgo,<br />

cidade do<br />

Condado de<br />

Nassau.<br />

Avô de Maurício.<br />

Pai, mãe, irmãos.

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