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Baixos - Brasiliana USP

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Dívidas.<br />

Carestia de produtos<br />

agrícolas.<br />

Madeiras.<br />

334 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

a situação confusa e difícil do erário público e das contas, males<br />

esses que, desprezados a princípio, se arrastam uns aos outros<br />

como por propagação.<br />

E' vultoso o dinheiro devido à Companhia e a particulares<br />

pelos senhores de engenhos, metade do qual pertence à Companhia.<br />

Estando, porém, vinculados entre si os conselheiros, os<br />

senhores de engenhos, os comerciantes, trabalhadores, banqueiros,<br />

por causa das necessidades comuns da vida, acontece que a ruína<br />

de um acarreta a de outro, e o primeiro desastre abrange os seguintes<br />

.<br />

Recentemente mostraram os maranhenses a perfídia da sua<br />

gente com a sua famosa rebelião, e esta teria igualmente rebentado<br />

em Pernambuco se não se houvesse sufocado no nascedouro o<br />

criminoso plano. A desesperados nenhum cometimento incerto<br />

mete medo, e assim parece quererem tentar qualquer cousa que<br />

os liberte dos seus débitos aos holandeses e da dominação deles.<br />

Os principais produtos do Brasil são mandioca, açúcar e madeiras.<br />

Se a primeira fosse copiosa, poderia a Companhia ficar<br />

aliviada de enviar sempre mantimentos, e seria ela assaz copiosa,<br />

se os naturais se dessem à lavoura para utilidade de muitos, pois<br />

estão acostumados a produzir para si e para os seus, e não para<br />

os outros. Da penúria da mandioca resulta que os preços sobem<br />

sem medida, de sorte que um alqueire, comprado antigamente por<br />

24 stuivers, agora só se obtém por 10 florins. Em conseqüência<br />

disso, a plebe faminta, que não sabe temer, devasta as lavouras,<br />

assalta os engenhos, pratica furtos e latrocínios, pródiga da vida<br />

para garantir a vida. Os remédios destes males podem e devem<br />

ser ministrados pelos conselhos que dei noutra ocasião e que mereceram<br />

aprovação pública.<br />

Creio também que é mal feita a exploração das madeiras do<br />

Brasil, pois não se dispôs nada sobre a quantidade, nem sobre a<br />

qualidade das que se deveriam cortar, quero dizer, quantas e quais<br />

árvores conviria cortar, procedendo nós em contrário do que faziam<br />

os administradores do rei da Espanha. A estes não era<br />

permitido talhar mais de dez mil quintais. Vêem-se os nossos<br />

derrubar árvores sem lei, nem medida, mesmo as novinhas, ainda<br />

não crescidas, de sorte que é mister proibir este comércio, por<br />

destruir-se nos germes a esperança de novas árvores. Não se<br />

remediará esse mal, senão ordenando severamente que se abstenham<br />

de abater as mais tenras e de cortar excessivamente as crescidas<br />

.

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