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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 17<br />

para a sua terra inúteis à Companhia, vergonhosos para a Pátria,<br />

desprezados pelo inimigo, sofrendo, assim, o infamante castigo de<br />

seu desleixo e perfídia.<br />

Seguiu-se, em posto mais elevado, Balduíno Henrique, ma- Segunda expedirítimo<br />

experiente, que, por toda a parte, espreitava ocasiões de pra- £,£ BALDUÍNO<br />

ticar façanhas. Combateu com fortuna vária na América Setentrio- PJ?£%QUE.<br />

i j • j i r » . i , . - . ANO DE 1625.<br />

nal, depois de atacar as costas do Brasil em expedições incertas,<br />

dirigidas para onde as levava a sorte e a prudência. Morreu próximo<br />

do porto de Havana, e a sua esquadra, tão bem apercebida,<br />

inspirando grandes esperanças de danos contra o inimigo, não<br />

correspondeu com proveito algum às despesas com ela feitas. Voltou<br />

para a Holanda pelas desinteligências dos conlandantes, motivadas<br />

pela discórdia e rebeldia dos piores elementos da marinhagem.<br />

Entanto, recebeu-se uma lição nova: ser difícil manter-se<br />

dentro da ordem uma multidão distante da Pátria e do respeito da<br />

autoridade suprema, a qual é a que, em maior grau, pode conter a<br />

fidelidade da soldadesca.<br />

Brilhou depois mais venturoso o astro Pieter Heyn, tão céle- Navegação de<br />

bre pelos seus sucessos faustos e infaustos. Com felicidade única, J^a ^ Ocidente<br />

refez o tesouro exausto e restabeleceu o crédito abalado da Companhia.<br />

Antes, num extraordinário exemplo de bravura, investiu,<br />

com hercúleo esforço, a armada espanhola, incendiando-a na pró- Felicidade do<br />

pria Baía de Todos os Santos, para que não se jactasse a antigüidade<br />

sozinha de Temístocles, Duílio, Atílio e Xantipo.<br />

Exercendo já o almirantado com admirável exemplaridade,<br />

sob o seu comando dirigiu-se para o Ocidente a fortuna da guerra.<br />

Como primeiro e oportuníssimo despojo, caíram-lhe nas mãos<br />

diversas naus grossas, carregadas de ouro, prata e preciosas mercadorias<br />

da Nova Espanha. Ofereciam-lhe os fados a opima tomadia,<br />

reunida as frotas no porto de Matanzas, não de propósito, mas pelo<br />

ímpeto da maré. Desde então, mais tranqüila se tornou a situação<br />

da Companhia e mais certa a sua boa fortuna, amparada por imensas<br />

riquezas. Logo porém, aluíram-na a cobiça e a desconfiança<br />

do futuro, que se insinuara no espírito de muitos. Com efeito, o Toma-se a frota<br />

dinheiro consumido em gastos intempestivos e imódicos, quando n£a £óximo sP aõ<br />

a Companhia, no nascedouro, ainda não firmara o seu poder nas pô rfo de M °terras<br />

estrangeiras, enfraqueceu-a e fê-la inapta para combater por<br />

muito tempo o inimigo. Assim, enquanto se tratava de aumentar<br />

o patrimônio privado, faltou o público, e a precipitada avidez de<br />

possuir e de recuperar sacrificou a esperança de futuros lucros.

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