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Baixos - Brasiliana USP

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Como tratar os<br />

portugueses<br />

traidores.<br />

Não convém exacerbar<br />

os portugueses.<br />

Não deve ser<br />

permitido a qualquer<br />

um o uso de<br />

armas.<br />

312 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

espalhar batalhões de soldados em nosso território e excitar, à<br />

sua vontade, a ferocidade e as armas dos indígenas.<br />

É a severidade o remédio mais eficaz contra os portugueses<br />

convencidos de rebelião e além disso cúmplices de crimes atrozes<br />

: pela experiência se tornou manifesto que nestes casos ela é<br />

preferível à misericórdia e que é mais salutar não quebrá-la por<br />

nenhuma indulgência. Se os delitos permitirem pena mais branda,<br />

tenha lugar a clemência, e contentai-vos com o castigo mais<br />

leve ou com o arrependimento do inculpado. Gosto de que se<br />

temperem estas virtudes umas com as outras, e, assim como não<br />

é possível cederem só à clemência todas as outras virtudes — a<br />

prudência, a justiça, o amor dos súditos e dos semelhantes —.<br />

assim também seria tirânico e de suma imprudência nunca ceder<br />

a severidade à clemência.<br />

É pernicioso à nossa gente exacerbar os portugueses com<br />

injúrias e contumélias. Deve ter-se o mais diligente cuidado em<br />

que isto não se verifique, principalmente por parte dos soldados.<br />

Se tal acontecer, periclita a república, e não será fácil reprimir<br />

uma sedição promovida por desesperados, porque eles julgam o<br />

desprezo dos perigos e a ousadia o remédio dos males presentes.<br />

Não reputeis colocada nos castelos e fortificações a cidadela da<br />

dominação, mas sim onde habita a coragem, nem penseis que a<br />

verdadeira grandeza e potência dos reinos se mede pela sua extensão<br />

e latifúndios, mas sim pela fidelidade, benevolência e respeito<br />

dos súditos. Não quero amontoar razões para provar isto, pois fomos<br />

ensinados, pelos recentes exemplos da África, do Maranhão e<br />

do Ceará, que não é diuturno um poderio odiado. Olhai também<br />

que não seja permitido a todos indistintamente o porte de armas.<br />

Eu o permiti, mediante autorização por mim assinada, aos holandeses,<br />

a alguns franceses e ingleses, aos que teem de freqüentar<br />

o campo para cobrar as suas dívidas, e bem assim aos portugueses<br />

que habitam em moradas esparsas e insuladas e teem de lutar<br />

não somente com os ladrões e salteadores, mas também com a<br />

ferocidade de animais bravios e das onças. É realmente cousa<br />

perigosa que um povo, divergindo de outro nos costumes, nacionalidade,<br />

religião, prevaleça nas armas e se torne temível. É<br />

razoável tirar as forças a um povo hostil, que nos havia de castigar<br />

de modo pior, se pudesse.<br />

Passando a tratar de assuntos civis, seria útil que tantas e<br />

tão várias petições não fossem despachadas pelo Conselho todo,<br />

em vista do grande número delas e da demora das deliberações.

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