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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 283<br />

parturiente e à criança das carnes e do caldo. O resguardo não<br />

é, como na Europa, de cinco ou seis semanas : no dia seguinte<br />

ao parto, voltam, fortes, aos seus trabalhos, posto sejam pequenas<br />

de corpo. Respeitam muito aos maridos e são tratadas como fâmulas.<br />

Se olham atentas algum dos que não sejam o marido,<br />

são açoitadas por ciúme. Eles, de acordo com as suas leis, matam<br />

as mulheres surpreendidas em adultério; mas nem por isso vivem<br />

elas mais castamente, conquanto o mais cautamente que podem,<br />

fechando os maridos os olhos para as menos amadas. Os casamentos,<br />

realizados por um tráfico, não se podem desfazer com<br />

outro, mas é lícito repudiar as adúlteras. Pode o marido abandonar<br />

a mulher, ainda sem ela o merecer, mas corre perigo de<br />

vingança. Por impune maldade dos mais poderosos, ousam também<br />

raptar criminosamente as mulheres uns dos outros, e, na<br />

esperança de se apoderarem das esposas, matam-lhes os maridos.<br />

Aos que perguntam pelos defuntos respondem : "Levou-os<br />

o demônio"<br />

Choram os mortos e conservam alguns meses os cadáveres Ritos fúnebres.<br />

insepultos e envoltos em ervas e aromas para preservá-los da<br />

corrupção. Quando querem enterrá-los, convocam três dias antes<br />

os parentes, fazem um festim e colocam junto à cabeça do defunto<br />

a sua ração num prato, como se fora banquetear em companhia<br />

deles. Após três ou quatro dias de comezainas, sepultamno<br />

em casa. O costume permite que a mulher se case logo depois Segundasnúpdas.<br />

da morte do marido. Quem vai recebê-la em segundas núpcias<br />

é obrigado a distribuir presentes liberais com os filhos que ela<br />

acaso tenha, para afiançar aquela união. Julgam, porém, mais<br />

honroso que as viúvas vivam como tais.<br />

É hábito dos homens e das mulheres banharem-se de manhã<br />

no rio, ainda mesmo duro de gelo.<br />

Quando, em virtude de um pacto, teem de ir à guerra, en- Ceremoniai dos<br />

viam um dardo aos aliados : se estes nele tocam com a mão di- tratados.<br />

reita, está confirmada a aliança e feito o juramento contra o inimigo.<br />

E porque entre eles não se costuma exprimir por escrito<br />

aos ausentes os sentimentos do ânimo, mandam alguém, ciente dos<br />

seus segredos, para anunciar o estado de guerra, exibindo na<br />

dextra um dardo de que pende uma fita. Se querem associar-se<br />

à guerra, põem na mão direita do mensageiro, quando êle volta,<br />

o mesmo dardo, e atam uma outra fita sobre a primeira. Se, porém,<br />

é necessário comunicar a outros os planos, mostram esse<br />

dardo e as fitas como sinais da aliança feita.

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