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Baixos - Brasiliana USP

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Navegação da<br />

COMPANHIA<br />

OCIDENTAL<br />

para o Ocidente.<br />

Discussão sõbrc<br />

a sua conveniência.<br />

Razões<br />

suasórias.<br />

10 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

víncias neerlandesas, vedou expressamente que, de modo algum,<br />

nem ela, nem o arquiduque, nem seus sucessores mantivessem c l x ^ s "<br />

quer relações mercantis com os povos da índia Oriental ou da Ocidental,<br />

nem as permitissem aos seus súditos. Se procedessem de<br />

outra forma, seriam privados defrseu domínio sobre os Países-<strong>Baixos</strong>,<br />

conforme declara, em termos claros, o solene instrumento de cessão.<br />

Ninguém melhor que os inimigos sabe quanta força, grandeza<br />

e prestígio deu à nossa República o trato das índias Orientais e<br />

quanto perdeu com isto a coroa espanhola. Muitas vezes aprenderam,<br />

à custa de ingentes prejuízos, da pilhagem de suas naus, da<br />

perda de suas fortalezas, o que, pode, com o denôdo marcial, a<br />

força naval de batavos.<br />

Grande e invejável conquista foi que uma sociedade particular<br />

de comerciantes haja sujeitado ao seu poder vastíssimas regiões do<br />

Oriente; que ali dependam da sua vontade os cabedais de tantos<br />

indivíduos; que cause ela as alegrias e as tristezas dos povos; que<br />

tire a coroa aos reis e a coloque na cabeça de outros ; que, sob o<br />

seu império, cresçam umas nações e caiam outras; que a umas se<br />

conceda a liberdade, e a outras se arrebate ou cerceie.<br />

Por muito tempo tranqüilo, não tinha ainda o Ocidente experimentado,<br />

num desbarato notável, as armas holandesas. Entretanto,<br />

o povo neerlandês, estimulado pelos seus prósperos sucessos no<br />

Oriente, constituiu uma nova companhia com os cidadãos mais opulentos<br />

e também mais infensos à Espanha. Denominou-se "Companhia<br />

das índias Ocidentais" porque se propunha tentar no Ocidente<br />

a sorte da guerra e do comércio. Reüniu-se para esta empresa<br />

soma considerável de capitais, superior àquela que inspirara<br />

confiança para se realizar no Oriente idêntico objetivo.<br />

Os defensores da iniciativa aduziam estas razões: que as costas<br />

do Brasil estavam abertas e sem proteção contra o inimigo externo;<br />

que, apartadas das outras terras e atemorizadas com a fama<br />

dos nossos guerreiros, poderiam devastar-se com a improvisa chegada<br />

de nossas armadas; que as naus do rei, conduzindo no Pacífico<br />

os tesouros do Peru, bem como as da Nova Espanha e da Terra<br />

Firme, seriam do primeiro que delas se apoderasse; que as guerras<br />

européias eram feitas pelos espanhóis com essas riquezas, e por<br />

isso, espoliados delas, se tornariam aplacáveis e menos terríveis;<br />

que os percalços e despojos esperados bastariam para remir as despesas<br />

da guerra e dos mercadores; que só os réditos do açúcar iá<br />

poderiam aliviar os gastos; que a natureza não era para os ocidentais<br />

mais madrasta que para os levantinos; que os selvícolas, impa-

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