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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 257<br />

Quando Nieuland estava administrando Loanda e depois de<br />

promulgado o armistício, ficou ajustado entre êle e o ex-governador,<br />

habitar as terras banhadas pelo rio Bengo, cultivando-as<br />

e atraindo novamente os indígenas refugiados nas selvas e nos<br />

esconderijos à cultura dos campos e ao antigo comércio. Fez-se<br />

isto com inteira boa fé, e já se uniam holandeses e portugueses em<br />

frenqüentação e comércio diário. Dava Meneses significativas<br />

demonstrações de sua simpatia aos nossos diretores, chegando até<br />

mesmo a ceder liberalmente a Nieuland farinha, de que este carecia,<br />

para alimentação de mil negros que comprara. Surgindo<br />

contendas sobre a pesca dos portugueses e o tráfico dos negros,<br />

logo se acomodaram de tal maneira que Nieuland prometeu fielmente<br />

considerar ratificado o pacto das tréguas, e Meneses, reprovando<br />

o procedimento dos insulanos de São Tome, declarou<br />

que mais depressa havia de cair o céu do que romper êle a sua<br />

fidelidade. Entretanto, pouco depois, transtornados os ânimos<br />

por funestas suspeitas, praticaram atos pouco louváveis. Com Matança de porefeito,<br />

cerca de duzentos mosqueteiros, partindo de Loanda, pre- ^Loanda"<br />

cipitaram-se de madrugada contra a estância de Meneses, cometendo<br />

violências contra os portugueses, que ainda estavam dormindo,<br />

e trucidando uns quarenta deles.<br />

Depois de prometerem garantia de vida a alguns, roubaram-lhes<br />

os bens, que, fora os escravos e mercadorias tomadas, se<br />

avaliavam em 100.000 ducados.<br />

O próprio governador Meneses ficou sob rigorosa custódia.<br />

Cento e sessenta portugueses, dos quais havia receio, lançados<br />

numa nau aberta e desconjuntada, com provisões em extremo<br />

escassas e para breve tempo, foram enviados para a Baía de Todos<br />

os Santos. Depois dos rodeios e incômodos da travessia, tendo<br />

morrido de fome oito e achando-se os restantes debilitados com<br />

o pouco alimento, arribaram eles a Pernambuco, onde se abriu<br />

inquérito sobre as causas desse tumulto e se apurou que os ho- Ocasião.<br />

landeses tinham cometido aquela agressão, inflamados com a notícia<br />

da revolta de São Tome e da matança do Maranhão. Planeara-se<br />

aquilo, porque os diretores acreditavam que Meneses,<br />

chamando um troço de homens dos confins de Massangano, maquinara<br />

contra eles diretores algum ato hostil. Entretanto nenhuma<br />

prova se fez da culpabilidade de Meneses, pois depusera uma<br />

testemunha duvidosa, que referia cousas ouvidas não por si mes-

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