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Baixos - Brasiliana USP

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Expõem-se as<br />

suas causas<br />

Revolução de<br />

Portugal.<br />

1 DE DEZEM­<br />

BRO DE 1640.<br />

Causas da revolução<br />

de Portugal<br />

contra Füipe IV.<br />

238 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

Para conheceres, leitor, a origem e as fontes de tal controvérsia,<br />

convém citar, mais a fundo, o tratado entre o rei de Portugal,<br />

duque de Bragança, e as Províncias-Unidas. Primeiramente<br />

discutido e mais tarde firmado, não somente mitigou a<br />

guerra, mas também nos deu ensejos recentes para vitórias nas<br />

terras da África e noutros pontos.<br />

Efetivamente, após a defeção da Catalunha, Portugal, agitado<br />

por novos levantes, depôs Filipe IV e jurou fidelidade a<br />

D. João, duque de Bragança. A conspiração, tramada durante<br />

muito tempo, irrompeu num só momento, e o furor e a rebelião<br />

desencadearam contra os castelhanos os ódios ocultos.<br />

Lisboa, levantando-se, foi cabeça do grande movimento.<br />

Atacando-se o paço e afastando-se a duquesa de Mântua, que<br />

governava em nome do rei, trucidou-se-lhe o secretário (313)<br />

como vítima do ódio popular e destituiu-se da autoridade real o<br />

antigo senhor. Clamando o que desejavam, pegaram os conjurados<br />

em armas e, empregando violência e tomadas como por<br />

um rio de povo as praças de todo o reino, procuraram garantir o<br />

novo monarca. Rebentara o incêndio da vingança, encoberto tantos<br />

anos, e serviu de ensinar aos príncipes que o medo por eles infundido<br />

é o que menos tempo mantém os súditos na obediência (314).<br />

Oprimidos por esse temor, espiavam os portugueses a ocasião e<br />

a fortuna de sacudir o jugo de uma dominação odiada.<br />

A indignação, na corte, dos nobres e poderosos, os conciliábulos,<br />

as conspirações trouxeram a adesão do povo ao seu partido.<br />

Queixavam-se, de boca ou por escrito, de que Portugal fora<br />

ocupado injustamente por Filipe II e de que só pela tirania era<br />

conservado sob o domínio da Espanha, pois os reinos adquiridos<br />

por meios maus soem ser governados por outros ainda piores ; de<br />

que o povo era espoliado e esfolado com excessivas exações ; de<br />

que eram excluídos das funções públicas os portugueses, dando-se<br />

preferência aos castelhanos; de que se desprezava a religião,<br />

assim dentro como fora do reino, e finalmente de que se preparava<br />

para Portugal a mais desgraçada servidão e todos os extremos<br />

do infortúnio. E' como se falasse em nome da liberdade, palavra<br />

especiosa, fazendo-se impiedosas invectivas contra o rei de<br />

Espanha, captaram os rebeldes o favor da plebe, e os de mais<br />

pronta audácia mereciam mais fé para a insurreição. Foi escolhido<br />

para cabeça do movimento o duque de Bragança, envolvido<br />

na velha contenda relativa à sucessão ao trono de Portugal por<br />

morte do rei D. Sebastião, trucidado pelos mouros, e do cardeal

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