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Baixos - Brasiliana USP

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6 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

portos. Aos cretenses, senhores do mar, não os sofreram os lídios,<br />

nem os pelasgos aos lídios, nem os ródios aos pelasgos, nem os<br />

frígios aos ródios. A dominação destes provocou a rivalidade dos<br />

cíprios e a destes a dos fenícios. Enquanto este povo se apropria<br />

do mar inteiro e da pesca e com editos exclue os outros, conquistam<br />

o senhorio das ondas os egípcios, depois os milésios, os cários,<br />

os lésbios, os foceenses e os coríntios. Arrogando-se os lacedemônios<br />

o predomínio do mar circunjacente, navegaram-no mais<br />

audazes os atenienses, impondo leis a Lacônia assim como a Egina.<br />

Como sujeitassem os tírios ao seu poder não só o mar que com eles<br />

vizinha, mas também todo aquele que suas frotas tinham percorrido,<br />

os cartagineses, donos do mar da Sicília e da África, estimulados,<br />

freqüentaram as mesmas paragens que os tírios. Destruíram<br />

os romanos a potência marítima de Cartago. Tinham com eles pacteado<br />

os cartagineses não ultrapassassem o "Promontorium Pulchrum"<br />

na África. Envergonhou-se, porém, aquele nobre povo de<br />

que, tirando-se-lhe o mar e sendo-lhe arrebatadas as ilhas, pagasse<br />

tributos que costumava exigir. E quando senhoreou o mar inteiro,<br />

assim o que se estende aquém das Colunas de Hércules, como todo<br />

o Oceano onde fosse navegável, dele receberam leis marítimas<br />

Antíoco e Aníbal.<br />

Consta de narrações verídicas que, por causa da interdição<br />

dos portos e do comércio, surgiram guerras entre israelitas e amorreus,<br />

gregos e misos, megarenses e atenienses, bolonheses e venezianos,<br />

cristãos e sarracenos. E quasi a mesma razão, isto é, serem<br />

privados do uso comum dos portos e das costas, tiveram os próprios<br />

castelhanos de atacar a mão armada os habitantes da índia<br />

Ocidental. Injusta não é a censura de Tácito aos romanos, dizendo<br />

que eles estorvavam o intercâmbio das nações e de certo modo impediam<br />

a utilização das ondas e dos ventos, franca a todos. Já se<br />

pode, pois, admirar essa casta de homens aos quais apraz o bárbaro<br />

costume de proibir aos estrangeiros a hospitalidade das praias.<br />

Mas, por um revés, por uma contra-volta da fortuna, acontece que,<br />

«.reclamando só para si a terra e a água, são privados de ambas,<br />

porque se irrita a ousadia dos menos poderosos com a ambição de<br />

mando dos mais poderosos. Nem tolera o Criador do universo que<br />

um só povo desfrute e poucos potentados repartam entre si as águas<br />

criadas para o bem de todos e destinadas à utilidade geral.<br />

A relação destes exemplos me trouxe a esta digressão para<br />

não se queixarem os reis da Espanha ou de termos tentado alguma

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