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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 215<br />

De feito, somente daquela costa africana soem transportar-se<br />

escravos para o Brasil, onde são vendidos para toda a parte.<br />

E, além disso, só o Brasil, por ser vizinho de Angola, poderia defendê-la<br />

com as armas e ajudá-la com alvitres, de modo mais eficaz<br />

e pronto. Acrescentava que era de todo em todo justo e conforme<br />

ao costume da guerra entregar-se a governança dos lugares<br />

àqueles que, com seu esforço e pugnacidade, os venceram e subjugaram.<br />

Seria também cousa perigosa nomear-se para ali um<br />

governador com poderes plenos, que fosse menos conspícuo pelo<br />

nascimento ou pela fama, para ali, onde a perfídia dos portugueses,<br />

movidos pela vontade de um só, poderia pôr em extremo risco a<br />

estabilidade da província e a dominação conquistada para a Companhia.<br />

Pensaram, porém, de outra maneira os diretores da<br />

Companhia : assentaram ficassem sob a sua administração as<br />

províncias da África, porquanto o mesmo tinham feito antes os<br />

reis de Portugal e de Castela, separando sempre os governos das<br />

terras brasileiras e africanas. A eles os induziam ainda estas<br />

razões : que o próprio Brasil tem de esperar da Holanda o seu<br />

abastecimento de vitualhas e que estas, assim como as mercadorias<br />

necessárias, não podiam bastar também para a África; que<br />

era de recear o grande trabalho da contabilidade do Brasil e a<br />

confusão com os negócios da África ; era mais longo o caminho e<br />

feito com rodeios, pois a navegação da Holanda para Angola<br />

fazia-se em viagem direta e quasi no mesmo tempo que para o<br />

Brasil, ao passo que a navegação do Brasil para a África se realizava<br />

com voltas, maior demora e perigos aumentados. Nem<br />

poderiam os comestíveis, com esse desvio pelo Brasil, conservar-se<br />

em bom estado. Demais, havia m*ais vantagem em aportar-se primeiro<br />

a Angola, porque, desembarcando-se ali as mercadorias, se<br />

podiam receber nas mesmas naus os escravos exportados para o<br />

Brasil, donde voltariam para a Holanda carregadas de açúcar.<br />

Não se limitou a estes sucessos a atividade de Nassau, mas,<br />

demorando-se o tratado das tréguas entre os Estados Gerais e rei<br />

de Portugal, inteiro ainda o direito e as causas da guerra, Jol, vencedor,<br />

dirigiu sua frota contra a ilha de São Tome. Desembarcou<br />

primeiro onde se mostra o engenho de Santa Ana, a duas milhas<br />

da própria vila, o qual serviu na mesma noite de abrigo e poisada<br />

aos soldados ainda incólumes e bem dispostos.<br />

No dia seguinte, mandou-se que as naus ancorassem justamente<br />

debaixo da fortaleza e não praticassem nenhum ato hostil, a<br />

não ser provocadas antes pelo inimigo. Entretanto, este, jogando<br />

Razões pelas<br />

quais conviria sujeitarem-se<br />

ao governo<br />

do Brasil<br />

as possessões<br />

africanas.<br />

Opinião contrária<br />

dos Diretores<br />

da Companhia.<br />

Expedição de Jol<br />

contra a Ilha de<br />

São Tome. 11 DE<br />

OUTUBRO DE<br />

1647.

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