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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 5<br />

A liberdade comercial foi sempre o baluarte de uma grande<br />

potência. Com ela cresceram os tírios, os cartagineses, os persas,<br />

os árabes, os gregos e os romanos. Por isso, os nossos navios mercantes,<br />

comboiados pelas nossas armadas, navegaram primeiro<br />

para o Oriente, depois para o Ocidente, fundando fora da Europa,<br />

como que dois impérios, sustentados por duas companhias. O ho- Causas justas e<br />

landes tentou no Oceano derrotas tanto mais extensas quanto mais equ was '<br />

enclausurado se sentia nas acanhadas fronteiras de seu país, espalhando<br />

o seu tráfico e poderio por toda a parte onde brilha o sol.<br />

Discutiram os castelhanos e os portugueses se era isso jurídico,<br />

como se, após as batalhas e a guerra, houvesse lugar para as leis<br />

e para as incertas controvérsias dos jurisconsultòs. Não obstou a<br />

tais empreendimentos nem a doação feita pelo papa Alexandre VI<br />

aos portugueses e aos espanhóis, pois é permitido a alguém ser<br />

liberal do seu e não do alheio; nem a prescrição aquisitiva, inaplicável<br />

às cousas pertencentes a todo o gênero humano; nem o descobrimento,<br />

o qual nenhum direito dá sobre terras que sempre tiveram<br />

donos; nem o direito de guerra, o qual foi para nós tão justo contra<br />

os portugueses quanto o foi para este contra os índios. Fomos para<br />

onde nos chamava o direito natural e o das gentes e a carência<br />

mútua de produtos, porquanto o ganho é poderoso incentivo para se<br />

tentarem os mais arrojados cometimentos. Uma plebe faminta e<br />

desprovida dos regalos e comodidades da vida ignora o que é temer:<br />

o desejo de ter e de dominar impele a coragem humana aos mais<br />

arriscados lances. Por onde abre caminho a cobiça das riquezas, por<br />

aí também o abre a ambição do mando; onde encontra aquela a sede<br />

da sua mercância, acha esta a da sua dominação. É fato antigo<br />

que são mais renhidas e certas as lutas onde são mais crescidos os<br />

,üespojos e os lucros.<br />

É parecer das pessoas sensatas que péssimos conselheiros impedida a na-<br />

. i ..i . 1 1 1 - T? i vegação e o coouviu<br />

o rei, quando proibiu aos holandeses o acesso a Üspanna e mérc/o por maus<br />

às índias. Sempre lhes foi fácil tolerar os medidores da terra, mas conselhos.<br />

nunca os do mar. Portanto, propelidos pela necessidade, rumaram<br />

para donde as incertezas do mar, as distâncias imensas e mais<br />

ainda a novidade do tentame os dissuadiam de ir, para trazerem<br />

eles mesmos as mercadorias que estavam acostumados a comprar,<br />

primeiro aos venezianos e depois aos espanhóis e portugueses. Alegavam-se<br />

exemplos da idade antiga e da moderna, nos quais se<br />

mostrava haverem sido perniciosos aos imperantes os mares fechados<br />

e o tráfico dificultado, pois a audácia e o desespero não respei- ( ££ e £f as aob d °l<br />

tam semelhantes obstáculos e franqueiam aos navios a entrada nos domínio do mar.

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