16.04.2013 Views

Baixos - Brasiliana USP

Baixos - Brasiliana USP

Baixos - Brasiliana USP

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

208 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

caminho ao inimigo para penetrar nos segredos do Brasil holandês,<br />

por uma familiaridade inóxia e segura. Foi, todavia, tacr.<br />

aos regedores do Brasil refutar isto, respondendo que nao tmnam<br />

pactuado um armistício, mas apenas um abrandamento de hostilidades<br />

; que no território sob a sua jurisdição ja havia muitos<br />

espiões, sendo supérfluo recear os de fora; que nao houvera<br />

outra esperança de se colher a safra do açúcar senão mediante<br />

aquele acordo, e que não se encontraria ocasião de transferir as<br />

ajmas, para o Sergipe, o Maranhão e a costa da África a não<br />

ser com a segurança conseguida até aquele momento.<br />

Lengton passa Enquanto desempenhavam os embaixadores o seu mandato,<br />

para os inimigos. um certo Lengton, homem de caráter inconstante, que fora recebido<br />

na comitiva deles, abandonou os seus senhores e foi ter com<br />

o vice-rei, a quem revelou, com desmarcada perfídia, a§ nossas<br />

cousas até onde as conhecia. Aconselharam, contudo, os reféns<br />

holandeses a este desocupado que abandonasse o vice-rei e tornasse<br />

aos seus primeiros senhores e à fidelidade devida à pátria.<br />

Êle voltou, e quem antes se comprometera em crime de traição,<br />

agora incorria na tacha de estultice e leviandade. Encarcerado<br />

para um inquérito mais rigoroso, corrompeu, segundo se acreditava,<br />

o carcereiro e com êle fugiu. Prometeu-se recompensa a<br />

quem o prendesse, cominada a pena de morte e de confisco para<br />

os que dessem hospitalidade ao traidor.<br />

o t-ice-rei do Ainda não haviam regressado para Pernambuco os embai-<br />

Brasii anuncia ao Xadores holandeses que tinham ido tratar com o inimiqo sobre o<br />

ção de Portugal, abrandamento da guerra, eis senão quando chega ao Conde uma<br />

carta do vice-rei, inteirando-o da revolução de Portugal. Dizia-lhe<br />

que os portugueses tinham aclamado por novo rei o duque<br />

de Bragança, jurando-lhe fidelidade; que todas as praças do<br />

reino lhe haviam rendido espontaneamente preito e homenagem ;<br />

que êle vice-rei e os soldados sob o seu comando tinham reconhecido<br />

o referido rei e prestado a êle juramento, exceto os castelhanos<br />

e napolitanos, os quais escrupulizavam em aderir à revolução<br />

e abandonar o seu antigo senhor. Tinham chegado, havia<br />

pouco, à Baía, enviados pelo rei de Portugal, o jesuíta Francisco<br />

Vilhena e o tenente-mestre-de-campo Pedro Correia da Gama,<br />

não só para levarem a notícia de tão importante acontecimento,<br />

mas também para receberem, em nome do novo monarca, a vassalagem<br />

a êle jurada pelo vice-rei e pelas forças militares que<br />

houvesse nas guarnições. Foram estes dois homens enviados pelo<br />

governo da Baía ao Conde João Maurício para pedirem um ar-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!