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Baixos - Brasiliana USP

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202 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

mente por seus soldados ou oficiais, e que qualquer indivíduo pacato<br />

sofresse dano por parte quer de grupos, quer de uma só pessoa.<br />

Com estas e outras palavras próprias para aplacar e vencer<br />

os ânimos, tomou, com o assentimento de todos, salutares providências<br />

.<br />

Estado financeiro Os tesoureiros registram nessa época terem entrado para os<br />

^Trendls" corres da Companhia, saídos dos domínios régios, 350.000 florins,<br />

resultantes das décimas do açúcar e dos impostos sobre gêneros<br />

alimentícios e pesos. Entretanto, concedia-se por eqüidade<br />

alguma remissão aos respectivos arrematantes, em atenção aos<br />

danos causados aquele ano (277) pelos incêndios e pilhagens.<br />

Os direitos das mercadorias importadas da Holanda e pertencentes<br />

a particulares montaram a 400.000 florins, e os do açúcar<br />

exportado do Brasil para a Holanda ascenderam a 300.000 florins.<br />

Os impostos devidos de vendas de engenhos, de imóveis<br />

e de negros escravos importavam em 2.400.000 florins. O dinheiro<br />

proveniente dos despojos de guerra somava 300.000 florins.<br />

Os negros comprados na África e vendidos no Brasil renderam<br />

600.000 florins. Estas são as rendas e lucros só do<br />

Brasil, além das que na Holanda recolhiam como próprios as<br />

arcas dos holandeses. E sem dúvida teriam sido muito mais<br />

vultosos os réditos, se não os houvesse diminuído a baixa do<br />

açúcar, cujo preço se teria podido aumentar, parte com a destruição<br />

dos engenhos dos inimigos, como já fora encetada, parte pela<br />

proibição dos açúcares levados anualmente pela Companhia das<br />

índias Orientais.<br />

interesses da O Supremo Conselho julgou muito importar aos interesses<br />

ind^ToríentaV. da Companhia restabelecer a antiga lei portuguesa pela qual proibiu<br />

o rei se penhorassem, por títulos de dívida, os escravos que<br />

trabalhassem nos engenhos e os utensílios destes, porque, sendo<br />

retirados, cessaria o trabalho, e com isso acabariam de todo os<br />

proventos que deles auferia o rei. Com efeito, assim como dizem<br />

os peripatéticos que os céus não se movem sem uma Inteligência<br />

(permiti, leitores, este peíodo ao historiador), que não se pode<br />

governar uma nau sem um piloto, nem um carro sem um cocheiro,<br />

assim também dizem os brasileiros que sem os negros, como figuras<br />

indispensáveis, não é possível tocarem-se os engenhos. Achou<br />

ainda o Conselho ser necessário remeter-se para o Brasil mais<br />

dinheiro holandês para as transações diárias, pois os portugueses<br />

escondem ou gastam com parcimônia o dinheiro cunhado pelo<br />

rei e o de mais valia. Seria também proveitoso, segundo alvi-

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