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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 199<br />

tra o Ocidente, Jol, com oito navios conduzindo 700 soldados e<br />

200 brasileiros, fez-se de vela para o Porto do Francês, afim de<br />

dar caça ao resto dos batalhões de Barbalho, que permaneciam em<br />

Alagoas, matando e saqueando. Conhecida a sua chegada, marchou<br />

Barbalho para o sul, levando consigo todos os moradores<br />

da região, exceto três ou quatro e evacuando todas as localidades.<br />

Confiscamos os bens, casas e terras deles como de trânsfugas e<br />

partidários do inimigo.<br />

O vice-almirante Lichthart e o coronel Carlos Tourlon par- Lichthart tala o<br />

território baiano.<br />

tiram para a Baía com poderosa esquadra de 20 naus, que levava<br />

2.500 homens de armas. Desembarcando ali os soldados, deram<br />

provas horrendas de cruéis do seu furor bélico. Reduziram a cinzas<br />

todos os engenhos de portugueses, menos três; tomaram ou<br />

queimaram quantos navios pequenos encontravam aqui e acolá ;<br />

devastaram e depredaram, à vista dos cidadãos, as lavoiras circunvizinhas,<br />

os casais, granjas e prédios. A ilha de Itaparica<br />

(275) e outras foram inteiramente postas a saque, para não se<br />

mencionarem outros danos, porquanto em parte alguma estorvou<br />

ou sustentou o inimigo a nossa violência.<br />

Trucidavam-se a ferro os homens e os que podiam pegar em<br />

armas. Foram poupadas somente as mulheres e crianças. Estas<br />

duas classes de pessoas inspiraram compaixão e lograram escusa,<br />

visto como é cruel fazer das mulheres o prêmio da guerra, e<br />

contra as crianças, que há tão pouco tempo vieram ao mundo,<br />

nem mesmo a calúnia tem que dizer.<br />

No Porto do Francês, recebeu nas naus o coronel Koin três<br />

companhias militares, seguindo em direitura do Rio Real, sujeito<br />

aos espanhóis, para fazer ali igual devastação. A razão deste feito<br />

foi aliviar Pernambuco da penúria de mantimentos, mudando-se<br />

para o território inimigo o teatro da guerra, pois em outra parte<br />

haveria sustento para os nossos soldados. Acresciam ainda estas<br />

razões : serem dali fáceis as incursões nas capitanias portuguesas;<br />

ser preferível levar para fora a violência da guerra a sofrê-la dentro<br />

das próprias fronteiras, destruindo, assim, as plantações e safras<br />

dos adversários e impedindo a captura do gado de que se alimentavam<br />

; que somente com esta estratégia poderia induzir-se o<br />

antagonista a velar pela própria defesa, retirando das províncias<br />

holandesas as suas tropas ; além disso, ocupadas em outros lugares<br />

as nossas forças, gozariam os súbditos holandeses mais tranqüilidade<br />

.

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