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Baixos - Brasiliana USP

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184 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

Gerais, solicitando-lhes auxílio e pedindo com instância o que se<br />

havia mister para destruir totalmente a frota espanhola. Sabendo<br />

os Estados Gerais que a armada inimiga se achava em aperto, encalhada<br />

numa areia fatal, reuniu as naus desimpedidas de todos os<br />

portos e estâncias da Holanda e com tal pressa que não parecia terem<br />

sido fabricadas, mas nascido ou chovido do céu. Convocaram-se<br />

igualmente todas as corporações marítimas denominadas<br />

almirantados e as duas Companhias de comércio, e das índias<br />

Orientais e das índias Ocidentais, para que o dominador da Ásia<br />

e da África fosse oprimido não por um só antagonista, mas pelas<br />

forças juntas da Holanda. Autorizado por um decreto dos Estados<br />

Gerais sobre o ataque contra a armada espanhola, escolheu<br />

Orange nos quartéis 2.000 mosqueteiros dentre os mais valentes<br />

e os distruibuíu pelas naus das Províncias-Unidas. Já estavam<br />

reunidos ante as costas da Inglaterra mais de cem vasos de guerra,<br />

atentas as nações vizinhas ao desfecho de tamanha luta.<br />

Então, acometido primeiro pelo inimigo, manda Tromp dar<br />

à trombeta, enquanto os ingleses, como espectadores do conflito, se<br />

manteem com a sua esquadra fora dele.<br />

O almirante holandês lançou sua armada contra o adversário,<br />

divindindo-a em cinco esquadras, e prescrevendo a cada<br />

uma a obrigação de combater. Não pareceu o espanhol recusar<br />

o embate, não de confiança ou de propósito, mas por ver-se sitiado<br />

e rodeado de inimigos. Houve, em verdade, tal precipitação nas<br />

naus espanholas que, para acelerarem a fuga, à qual era favorável<br />

o nevoeiro e escuridão densíssima, picaram as amarras.<br />

Tromp primeiro investiu com a capitania próxima de si, que<br />

tinha o bem agoirado nome de S. Salvador. Mas, batendo esta<br />

em retirada, apresentou o espetáculo da mais acesa luta a capitania<br />

de D. Francisco Feio, almirante da Galiza. No primeiro encontro<br />

foi-lhe derribado o topo do mastro de proa e arrancados o<br />

cesto da gávea (259), os velachos e o joanete, arfando a nau à<br />

mercê das ondas, sem poder governar-se como se queria. Entretanto,<br />

somente se rendeu, vencida, pouco antes de entardecer. Pelejou-se<br />

ferozmente com a capitania portuguesa Teresa, a qual<br />

escolheu o capitão Müsch, valente guerreiro, para matéria da sua<br />

glória; mas Tromp, mandando brulotes contra ela, incendiou-a<br />

(260) A nau de Müsch, envolta nas mesmas labaredas, presa<br />

pelos arpéus e enredada nos calabres do inimigo, conflagrou-se<br />

igualmente, salvando-se, todavia, por diligência do almirante, o

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