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Baixos - Brasiliana USP

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180 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

hostil, onde tudo lhes era infenso, onde o adversário era mais poderoso,<br />

mostrava-se-lhes maior o temor do dano que a esperança<br />

do lucro. Chegou para o espanhol considerável reforço de 24 vasos,<br />

providos de mantimentos e soldados. Mandara-os de Portugal<br />

o rei, além de mais dois, que os moradores do Rio da Prata haviam<br />

guarnecido cada um com 16 bocas de fogo. Enquanto ali<br />

se demoravam os portugueses, foi seu principal cuidado repararem<br />

a esquadra rota e estragada e limparem as naus das sujidades marinhas,<br />

estorvos da navegação. Dominava-os o fundado receio<br />

de serem então os seus navios hostilizados pelas naus de Pernambuco,<br />

quando estivessem em seco e sem artilharia. Ficou enfim<br />

desimpedida toda a armada, que se compunha de 93 velas, entre as<br />

quais 24 galeões aterrorizavam pela sua enormidade. Havia<br />

outras naus menores no tamanho e desiguais na capacidade, de<br />

400, 150 e 100 toneladas. Conduziam muitos mil homens de armas,<br />

alistados na Espanha, Portugal, Baía, Rio de Janeiro e Rio da<br />

Prata, os quais ali mantinha o poder real, nem todos experientes,<br />

nem todos inexperientes da milícia.<br />

Zarparam da Baía de Todos os Santos, em alegre celeuma<br />

e com a esperança firme de grandes feitos. Velejaram para Alagoas,<br />

onde lançaram em terra dois mil homens, sob o comando<br />

de João Lopes Barbalho, rumando daí para Pernambuco. À frente<br />

da armada ia uma nau holandesa, a qual, em contínuos disparos<br />

de artilharia, contra os espanhóis, indicava aos seus a chegada da<br />

frota inimiga, levando esta notícia para o Recife. Não muito depois,<br />

apresentou-se corajosamente contra os espanhóis toda a armada<br />

holandesa, composta de 33 naus, conforme se acreditava,<br />

alentada pela esperança de que o inimigo devia vencer-se no mar;<br />

porquanto, se êle desembarcasse a sua soldadesca, em breve se<br />

avantajaria aos batavos no exército de terra.<br />

Encruecendo a refrega, a capitania holandesa — a Fama — -<br />

metendo-se entre os contrários, parou entre a capitania castelhana<br />

e a portuguesa, que tinham os nomes veneráveis de Jesus e de Maria,<br />

como se tivessem elas de combater sob o seu patrocínio. A primeira<br />

jogava 32 peças, e a segunda 28. Fama atirou, feroz e<br />

pertinazmente, contra ambas, caindo uns mortos no tiroteio e retirando-se<br />

outros feridos.<br />

Apenas havia principiado o combate, quando tombou entre<br />

os primeiros sacrificados o almirante dos holandeses, ao iniciar êle<br />

a ação, cuja glória não lhe foi concedido testemunhar. Posteriormente<br />

vieram os portugueses a saber isso dos nossos. No afunda-

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