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Baixos - Brasiliana USP

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O Almirante e*or<br />

ta os seus a perseguirem<br />

a<br />

armada.<br />

Marcha de novo<br />

contra o inimigo.<br />

176<br />

O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

igualmente na areia, travou com êle peleja. Enraivaram-se ambos<br />

os vasos horrendamente e, de lado a lado, jogou a artilharia de tal<br />

modo, que os espanhóis, deitando às ondas as espadas que empunhavam,<br />

pediram quartel, suplicantes e acovardados. Trinta que<br />

se tinham precipitado nas águas, nadaram para serem salvos pelo<br />

nosso Cisne, posto que navio inimigo. Entretanto, embravecidos<br />

os ânimos dos marinheiros pelo calor do conflito, foram eles expulsos,<br />

degolando-os a sanha ou sorvendo-os o Oceano.<br />

Os marujos holandeses transportados pelo Cisne, retirando<br />

dele o que lhes podia aproveitar e saltando num batei, entregaram<br />

ao mar o bojo vazio da nau.<br />

Ensinou então a experiência, mestra de tudo, nada poder conseguir<br />

a destreza humana contra a violência e o ímpeto dos canhões<br />

. Logo depois puseram-se em batéis os espanhóis que a nau<br />

de Andrada levava em número de 230. Entre eles se achava o<br />

próprio Andrada, capitão da frota de socorro, quatro frades, dois<br />

capitães e outros tantos alferes e um médico.<br />

Calculava-se em 30.000florins a presa de prata amoedada, lavrada<br />

e em barra, feita no navio, fora um colar de ouro e outros<br />

objetos substraídos pelos marinheiros. O conde Maurício remeteu<br />

para a Holanda este Andrada, homem de inteligência cultivada e<br />

caráter afável, julgando pudesse ser útil à Companhia detê-lo ali<br />

algum tempo.<br />

No dia 15 de Janeiro experimentou a mesma clemência dos<br />

ventos e do céu, soprando ainda o sul. Convocando então o Almirante<br />

os comandantes das naus, pronunciou estas palavras varonis:<br />

"Não deixeis escapar-vos das mãos a vitória. Está em fuga o<br />

inimigo, arrastado para sítios do mar hostis e temerosos pelo ímpeto<br />

de suas correntes. Praticareis ação digna de marinheiros, se<br />

vos quiserdes salvos e cheios de glória. Não deixeis de tentar<br />

nada por medo" E como visse a armada espanhola aproximar-se<br />

da costa, avisou por um iate ao governador do forte de Ceulen,<br />

sito às margens do Rio Grande.que estivesse alerta à chegada do<br />

inimigo e defendesse a sua posição.<br />

Depois, com extraordinária galhardia e descuidoso de todos<br />

os perigos, dando, como o permitiam as circunstâncias, a ordem da<br />

batalha onde podia, marchou de novo contra o espanhol. Sobreveio,<br />

porém, quando já estava próximo dele, tal calmaria, que as<br />

duas frotas se tornaram joguete das ondas e não consentiam ser<br />

governadas pelas velas e lemes. Durou ela até às 3 horas da tarde,<br />

em que cursou outra vez o vento. Para que a tarde iminente não

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