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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 171<br />

se avistava a armada espanhola não longe da Paraíba e que ocupava<br />

com alguns barcos a boca do rio, simulando o desembarque, sem<br />

outro fim que atrair também para ali parte do exército. É estratagema<br />

usual aos comandantes apresentarem-se num ponto e dirigirem-se<br />

para outro. Não tardou muito em sjr ela vista da ilha de<br />

Itamaracá. Foi, por isso, ordenado à nossa esquadra que, na mesma<br />

noite, se fizesse ao largo, soprando o norte mais em proveito do<br />

inimigo do que nosso.<br />

Pouco antes, reuniu Nassau todos os almirantes e capitães, Nassau exorta &<br />

dirigindo a todos a seguinte exortação : "Lutai bravamente, pois u te a s l s cap^s^"<br />

vos depara o Céu ocasião de pelejardes. Em nenhuma outra<br />

parte podereis vencer de modo mais certo ao espanhol do que nestas<br />

costas, onde é fácil varar-lhes os navios nos baixios e escolhos.<br />

No mesmo lugar está posta a salvação e a glória de todos. Na<br />

balança da fortuna estão suspensas a honra do rei da Espanha e a<br />

da Companhia das índias Ocidentais.<br />

Estas duas esquadras conduzem o domínio do Brasil: se triunfar<br />

a nossa, está-nos garantida a dominação; no caso contrário,<br />

caberá ao espanhol.<br />

Acrescentai aos muitos anos durante os quais temos pugnado<br />

nestas plagas por pedacinhos de terra este dia glorioso em que devemos<br />

disputar o império inteiro. Provai aos Estados Gerais, ao<br />

Príncipe de Orange e à Companhia que nem vos falta coragem para<br />

combaterdes, nem forças para vencerdes. Não temos naus de estupendo<br />

porte, nem velas feitas para terror dos que facilmente se<br />

amedrontam. Dão-vos confiança, as vossas mãos, as vossas armas<br />

e o favor divino que eu devia ter nomeado primeiro. Se tivésseis de<br />

batalhar com povos desconhecidos, com os bárbaros, os patagões,<br />

os antropófagos buscara eu novos argumentos. Ides, porém, pelejar<br />

com espanhóis e portugueses, cuja milícia naval já vos é conhecida.<br />

São aqueles mesmos, cujas esquadras já queimou a vossa gente,<br />

à vista de Todos os Santos e na própria Baía (251), a eles consagrada<br />

; são aqueles mesmos a quem ela arrebatou, em luta incruenta,<br />

os tesouros do Peru e do México. Mostrai-os também os mesmos<br />

e perseverai na fama brilhante que no mar alcançaram os batavos.<br />

Decidirão os fados : aconteça o que acontecer terá sido façanha<br />

memorável vencer ou morrer no dia de amanhã. Para os que combaterem<br />

estão reservados os prêmios da guerra e para os recalcitrantes,<br />

o castigo e a morte. Nem a vossa sorte permite escolherse<br />

terceiro caminho, nem o meu posto, o qual, assim como está incli-

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