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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 165<br />

da costa, Olinda, Cabo de Santo Agostinho, Santo Aleixo, Rio<br />

Formoso, Porto Calvo, Alagoas, Itamaracá e Paraíba, pondo-se<br />

ao pairo, atentas em descobrirem a armada. Não sendo ela avistada,<br />

voltou o Almirante ao Recife para juntar a si outras naus e<br />

ir mais forte contra o adversário. Logo foi o Conde informado por<br />

prisioneiros baianos de que a frota espanhola, tendo-se feito ao<br />

mar a 15 de Setembro, voltara para a Baía, depois de assegurar a<br />

alguns navios mercantes a navegação para a Espanha e de conduzir<br />

para o Morro de S. Paulo (246) dois galeões que reclamavam<br />

concertos. Diziam que das praças do Rio de Janeiro tinham sido<br />

enviados socorros e muitos bastimentos, esperando-se também do<br />

Rio da Prata algumas naus e de Portugal novas tropas, e que assim,<br />

estava prestes a cair sobre nós toda a violência da guerra, vindo<br />

os portugueses recobrar as suas perdas.<br />

É, pois, tempo de levarmos para o largo toda a armada espanhola,<br />

apercebida para restaurar o Brasil e destroçar os holandeses.<br />

O rei de Espanha, com efeito, julgava seria morosa a guerra feita<br />

no Brasil com expedições terrestres, organizadas de quando em<br />

quando, não se ressarcindo os prejuízos públicos com incêndios alternados<br />

de fazendas, engenhos e casas, que são danos de particulares.<br />

Por isso, aprestando poderosíssima armada, semelhante àquela<br />

comandada pelo duque de Medina Sidônia, com a qual outrora, no<br />

reinado de Isabel, atacara Filipe II a Inglaterra (247), determinou<br />

acometer o litoral do Brasil sujeito aos holandeses e, em vez de<br />

enfraquecê-los com uma luta arrastada e lenta, esmagá-los como<br />

sob uma alude guerreira, reunindo as forças de terra e mar.<br />

Nesse intento, não havia muito ajuntara, nos portos da Espanha,<br />

Portugal, Galiza e Biscaia, elevado número dos maiores vasos<br />

para tentar fortuna no mar. Havia a esperança de que, destroçada<br />

e vencida a esquadra holandesa, se franqueariam todos os<br />

portos brasileiros e seria fácil recuperar-se a terra, vedando-se a<br />

nós a entrada nas baías e costas.<br />

Eram as naus da armada espanhola de estupendo porte, for- Descrição da armidandas<br />

pela artilharia e pelo efetivo de soldados e marinheiros. mada es P anhola -<br />

Chamavam-se galeões, cujo costado são pranchas emalhetadas,<br />

numa espessura de cinco palmos e mais, quasi impenetráveis às<br />

balas de canhões de vários calibres. Transportavam uns 800,<br />

outros 600, quais 500 homnes, tanto de peleja, como de mar. Passando<br />

junto ao litoral de Pernambuco e da Paraíba, entraram na<br />

Baía de Todos os Santos e lançaram ferro a 16 de Janeiro de 1639.<br />

Eram muitos mil marinheiros, de várias nacionalidades, — espa-

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