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Baixos - Brasiliana USP

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O inimigo atravessa<br />

o S. Francisco.<br />

Ê Doncker<br />

mandado contra<br />

êle.<br />

Portugueses<br />

acusados de<br />

traição.<br />

Os mamelucos são<br />

filhos dos apóstatas<br />

da fé cristã,<br />

quais os tem o palácio<br />

do sultão da<br />

Turquia.<br />

Combate naval.<br />

Diligência de<br />

Nassau para descobrir<br />

a armada<br />

espanhola.<br />

164 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

No mês de Julho mil e duzentos inimigos atravessaram o rio<br />

de São Francisco em demanda de Alagoas. Para detê-los chamou-se<br />

apressadamente o coronel dos índios Doncker, que, escolhendo<br />

trezentos destes, marchou contra os contrários e sustoulhes<br />

o ataque.<br />

Quasi por este mesmo tempo, foram conduzidos para Olinda<br />

pelo esculteto Luberg alguns alagoanos suspeitados de crime de<br />

alta traição, a saber : Gabriel Soares, Francisco Vaz, Gonçalo<br />

Fernandes, Rui de Sousa, Simão Fernando, Pedro Marques, Domingos<br />

Pinto e Antônio Brasileiro. Processados perante o Conselho<br />

de Justiça, foram condenados os cabeças da conjuração, Soares<br />

e Vaz, aquele ao confisco da terça parte dos bens e a dez anos<br />

de prisão, este ao confisco da metade dos bens e a vinte anos de<br />

prisão no forte de Ceulen.<br />

Como o inimigo talasse impunemente o nosso território com<br />

bandos não grandes, formados de negros e mamalucos, prouve ao<br />

Conde armar uma companhia de gente da mesma raça e condição,<br />

para que, com a semelhança dos costumes e dos crimes e com o<br />

conhecimento dos caminhos e esconderijos, se pudessem colher às<br />

mãos os campanhistas, vencidos por indivíduos exercitados no mesmo<br />

sistema de guerrear.<br />

Em princípios de Setembro, quatro naus holandesas, denominadas<br />

o Sol, o Cisne, os Campeões e o Arco-íris, bordejando nas<br />

proximidades da Baía de Todos os Santos, pelejaram, renhidamente<br />

e com supremo esforço, contra dois galeões espanhóis e duas naus<br />

menores, que se preparavam para dali sair. Foi tal a investida<br />

dos nossos que os vasos inimigos foram coagidos a retroceder, e<br />

os nossos a desistirem de acossá-los, receando as costas e os baixios.<br />

Algum tempo depois, anunciou-se haverem zarpado da Baía<br />

dezoito ou vinte naus grossas com algumas menores. Por isso,<br />

dois patachos mandados por Nassau em reconhecimento informaram<br />

que o grosso da armada tinha partido da Baía, ficando no<br />

porto sete navios grandes, além dos pequenos. Do topo dos seus<br />

mastros pendiam os galhardetes das almirantas para, com este sinal,<br />

fingirem a presença delas e da capitania.<br />

Entretanto, a noite escuríssima permitiu à armada espanhola<br />

furtar-se aos navios holandeses, que, após uma busca inútil de<br />

três dias, rumaram diretamente e rota batida para o Recife, na suposição<br />

de ter o inimigo aproado a algum ponto do nosso litoral.<br />

Mas por ordens súbitas de Nassau, para quem toda a defesa estava<br />

na energia e na pressa, foram elas destacadas para diversas partes

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