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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 153<br />

trução de engenhos e à plantação de cana e de mandioca, porque<br />

o Governador reacendia a esperança de todos e de modo algum<br />

desesperava da República. Portanto, a êle, como outrora a República<br />

Romana a Varrão, deve-lhe agradecimentos também a nossa.<br />

Ligou o Conde, por uma trincheira, a ilha de Antônio Vaz<br />

com o forte das Cinco Pontas ou de Frederico. Águas estagnadas<br />

e moitas de arbustos davam aspecto desagradável a todo esse espaço.<br />

Ultrapassava, pois, a credibilidade humana que se pudesse<br />

fundar ali uma cidade. Agora, porém, acreditamos, pelo testemunho<br />

dos nossos próprios olhos, tê-la erigido a diligência de Nassau,<br />

dotado de engenho e audácia para tentar, com sua arte e trabalho,<br />

ainda mesmo o que proibira a natureza.<br />

Repartida em ruas, praças e canais, como as cidades, com<br />

belos edifícios, dotada de armazéns de mercadorias, já tem habitantes<br />

. Foi-lhe dado o nome de Mauriciópole pela pública autoridade<br />

do Supremo Conselho, dos escultetos e dos escabinos. Também<br />

Alexandria, Constantinopla e Colônia tomaram sua denominação<br />

respectivamente de Alexandre, Constantino e de Agripina<br />

(229). Levantado um templo bastante decente na nova cidade, pela<br />

liberalidade da Companhia, do Conde e de particulares, consagraram-se<br />

a Deus, num movimento piedoso, os primórdios de Mauriciópole,<br />

os corações e a fortuna do povo.<br />

Esta cidade e Friburgo pregoam, aquém do Capibaribe, a<br />

magnificência do Conde, como também o palácio da Boavista, assim<br />

chamado por causa da amenidade do seu sítio, pois em nenhuma<br />

outra parte encontrava Maurício prazer, quando descansava e<br />

sempre que convinha. Aí meditou êle planos de grandes tentames.<br />

Além disso, construiu duas pontes, uma sobre o Beberibe,<br />

entre Recife e Maurícia, a outra entre esta e o continente, sobre o<br />

Capibaribe. Em verdade, não diferimos dos antigos na arte militar<br />

: César nas Gálias lançou duas pontes sobre o Arar (230) e<br />

na Germânia uma sobre o Reno, e o imperador Trajano outra sobre<br />

o Danúbio.<br />

O que determinou a construção destas pontes foi o seguinte :<br />

sob o domínio do rei de Espanha, governando o Brasil Albuquerque<br />

(231), discutiu-se muitas vezes se convinha abandonar-se<br />

Olinda, distante do porto e do acesso ao mar, transferindo-se os<br />

seus moradores para o Recife e para a ilha de Antônio Vaz. Para<br />

este fim, seria de grande vantagem unir-se a ilha ao Recife, por se<br />

julgarem estes lugares inexpugnáveis por causa dos rios que os<br />

cercam e da vizinhança do Oceano. Ficou, porém, suspenso, sem<br />

Funda o Conde<br />

a cidade de Maurícia.<br />

dando-lhe o<br />

Constrói duas<br />

pontes.

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