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Baixos - Brasiliana USP

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140 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

redonda, de dorso negro e ventre branco. Há também peixes<br />

conhecidos aos mares da Europa, como os chamados TAINHAS<br />

pelos portugueses, muito salutares contra mordedura de cobra, e<br />

vários gêneros de CARPAS, denominadas pelos portugueses PAR-<br />

GOS e SARGOS, espécie de sardas, e mais RAIAS, AGULHAS<br />

e outros.<br />

São excelentes também os DOURADOS, a que chamam os<br />

índios GUARACAPEMAS (179)<br />

O ARAGUAGUÁ é um peixe com o focinho armado de espada<br />

(180). GUAPERVA, enxarroco (181), também dito PEIXE-<br />

PORCO, inteiramente ericado de espinhos.<br />

O QUACACUJA, morcego aquático (182). NHANDU-<br />

GUAÇÚ, aranha muito grande (183)<br />

Há nas praias abundância de tartarugas de grande porte, que<br />

põem na areia ovos semelhantes aos de galinha, redondos, brancos,<br />

recobertos de casca resistente.<br />

Os TUBARÕES (184) são os mais cruéis dos peixes, funestos<br />

a quem nada. Teem para companheiros uns peixes furta-côres,<br />

que os portugueses denominam ROMEIROS. Armam os índios<br />

as suas setas com os dentes deles por serem muito agudos e letalmente<br />

venenosos.<br />

Há também os PEIXES-VOADORES, nos quais é lindíssimo<br />

o brilho dos olhos, que fulguram como pedraria. As asas,<br />

tais quais as dos morcegos, são implumes e de côr prateada.<br />

Quando fogem do peixe inimigo, defendem-se voando fora da água<br />

e muitas vezes precipitam-se nos navios, o que é bom agoiro, segundo<br />

pensam os marujos (185). Acredita-se existir também<br />

nestas partes o torpedo, a quem chamam os índios PURAQUÊ,<br />

porque produz torpor nos membros, e, quando alguém nele toca,<br />

ainda mesmo com um pau, fica-lhe o braço dormente (186). Matando-se,<br />

perde a peçonha e come-se.<br />

Além disso, maravilham mais os Tritões, denominados pelos<br />

Para outros indígenas IPUPIARAS (187), visto como lembram em alguma<br />

"' peixe-mulher"<br />

cousâ o semblante humano, mostrando as fêmeas uma cabeleira<br />

comprida e um aspecto mais gracioso. Vêem-se a sete ou oito léguas<br />

da Baía de Todos os Santos, bem como nas proximidades de<br />

Porto Seguro. Crê-se que matam os homens, apertando-os com o<br />

seu abraço, não de propósito, mas por afeto. Os cadáveres lançados<br />

à costa ficam mutilados nos olhos, no nariz e nas pontas dos<br />

dedos, tornando-se verissímel que fiquem assim com a sucção e mordedura<br />

desses monstros.

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