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Baixos - Brasiliana USP

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O CONDE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU 137<br />

Temos só um predicante que pode falar-lhes em português,<br />

mas nem um só papista, que deseje ouvi-lo. Obstinados pelos conselhos<br />

dos seus padres, a quem dão lucros, e presos pela superstição,<br />

fizeram-se surdos à voz dos nossos. Preferem as velharias retumbantes<br />

às novidades, e antes querem uma religião esplendorosa<br />

e ornada que uma menos brilhante e vistosa.<br />

Poderíamos instilar na infância os nossos preceitos, antes de<br />

estarem os espíritos imbuídos de outras doutrinas; mas os próprios<br />

portugueses a instruem entre as paredes privadas e, com prematura<br />

solicitude, gravam nessas tabuinhas rasas os seus ensinamentos.<br />

O alimento dos naturais é farinha, frutos vários e hortaliças. Plantação de<br />

Preparam aquela com as raízes da mandioca. Esta apresenta ramos mandioca.<br />

de nove folhas alternas, semelhantes ao cinco-em-râma ou pentafilão,<br />

à maneira de dedos. Não dá flores nem sementes. O caule lenhoso<br />

deita varas lenhosas (143). Em montezinhos de terra de 3<br />

ou 4 pés de diâmetro, metem-se três ou quatro pedaços destas varas<br />

(144), deixando-se fora da terra até o meio. Formam-se e distribuem-se<br />

esses montinhos por espaçosíssimos campos. Estas varas<br />

lançam raízes debaixo do solo, das quais nascem e se multiplicam<br />

ramificações subterrâneas e radiciformes, da grossura de um braço<br />

e às vezes de um côvado de comprimento conforme a qualidade do<br />

terreno. As raízes que os holandeses chamam doces (145), posto<br />

de grossura diferente da mandioca, brotam, fora da terra, em 2 ou<br />

3 rebentos, os quais, tornando-se lenhosos no oitavo, décimo ou<br />

duodécimo mês, servem de semente. A mandioca difere das nossas<br />

plantas só nisto: nada sai do fruto da mandioca para a sua propagação,<br />

e nas nossas o fruto é que gera as sementes, pelas quais se<br />

reproduzem. É a mandioca um alimento bastante forte e mais agradável<br />

do que o pão para os portugueses, índios e negros e até para<br />

os nossos soldados.<br />

É imensa no Brasil a multidão dos animais silvestres e mansos<br />

(146)<br />

"Neste número, para referir poucos, entram PORCOS SEL- P&a agrado do<br />

VAGENS (147), animais anfíbios e de carne saborosa e saudável. re/^ór^tfeVan<br />

Caminhando com patas de comprimento desigual, pois as dianteiras der Dussen, esta<br />

» . , ' , . ' _ * » i i enumeração mais<br />

sao mais curtas que as traseiras, andam de vagar, e acossados pelos extensa.<br />

caçadores, mergulham, quando podem, nas águas próximas.<br />

As ANTAS lembram mulas (148). mas teem porte menor<br />

A boca é mais estreita, o beiço inferior oblongo à semelhança de<br />

tuba, as orelhas redondas, a cauda curta e o resto do corpo de côr<br />

cinzenta. Fogem da luz e só de noite vagueiam em busca de ali-

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