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Baixos - Brasiliana USP

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122 O BRASIL HOLANDÊS SOB<br />

o qual, não se apegando servilmente a nenhum parecer, sempre que<br />

sobrevinha a necessidade, moderava prudentemente as ordens de<br />

seu chefe. Não se segue sempre o mesmo caminho: adaptamos mais<br />

do que mudamos as resoluções dos superiores; viramos o Brasil<br />

qual uma nau, conforme as tempestades da República, dingindonos<br />

todos para um só porto, se bem tomando rumos diferentes.<br />

Para que arrastar, odiosa e desprezivelmente, a esta comedia a<br />

estima e o acatamento dos Estados Gerais, como se tivessem resolvido<br />

coisas que não podiam eles garantir a Ártichofski, quando<br />

são terríveis ao potentíssimo rei da Espanha e mostram, com suas<br />

armas vitoriosas por toda a parte, quanto valem?<br />

Confere-nos Ártichofski o soberbo título de Delegados plenipotenciários.<br />

Sem injúria nossa nem da verdade, não deveria fecusar-nos<br />

a qualificação de fidelíssimos servidores da Companhia.<br />

Tomamos mais a peito a prosperidade e a incolumidade da Companhia<br />

do que esses tais contratos feitos na Holanda, mudáveis<br />

segundo a variação das circunstâncias. E não com outro fim ordena<br />

ela as medidas mais prudentes, senão para não faltar a nossa prudência,<br />

e quer que lhe modifiquemos as prescrições, segundo os<br />

ditames da lei suprema — a salvação pública (114)<br />

Li-lhes isto mesmo^ diz Ártichofski, respondam o que quiserem.<br />

Ouço realmente palavras cruas e desrespeitosas para os superiores,<br />

com as quais êle pisa a dignidade daqueles a quem devera<br />

obedecer.<br />

Quando diz que se vê a braços com uma soldadesca indisciplinada,<br />

que o desconhece e é dele desconhecida, laia palavras ofensivas<br />

aos soldados. Em todo o caso pretende parecer que agüenta<br />

sozinho todo o peso da guerra e esteia com o seu regimento as terras<br />

brasileiras. Considera sombras e nomes os que não se acham sob<br />

a sua disciplina. Alega Pompeu, Petréio, Afrânio, Aníbal, sendo<br />

êle muito dessemelhante de todos. Blasona de haver resistido a<br />

3.000 inimigos com oito companhias. Mas, se alude ao combate<br />

que travou em Porto Calvo com D Luiz de Rojas e Borja, defrauda<br />

de merecida glória capitães estrenuíssimos, aos quais, coagidos<br />

a pugnar sem esperar-lhe a ordem, se deve a vitória. Se, ao<br />

contrário, se refere ao cerco do Castelo Real, neste se houve de tal<br />

sorte que, na esperança incerta de ferir ao governador, parecia querer<br />

gastar toda a provisão de pólvora, se, avisado da míngua dela,<br />

não arrefecesse o seu inconsiderado furor<br />

De três cousas pede que se lhe conceda uma: ou enviarem-se-<br />

Ihe outros soldados, ou restituírem-se-lhe os que lhe foram tirados,

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