A EVOLUÇÃO DA BASE TÉCNICA DA AVICULTURA ... - Blog do Levy
A EVOLUÇÃO DA BASE TÉCNICA DA AVICULTURA ... - Blog do Levy A EVOLUÇÃO DA BASE TÉCNICA DA AVICULTURA ... - Blog do Levy
A EVOLUÇÃO DA BASE TÉCNICA DA AVICULTURA DE CORTE NO BRASIL do final da década de 80) da região no Centro-oeste; um exemplo disso é a instalação da Perdigão em Rio Verde. II. 10. 2 - Mudanças no Modelo de Integração Em 1982, o Cebrae-Ceag, citado por SORJ et alli, (1982: 41) fazia o seguinte recorte: “...produtores integrados não são produtores comuns, são escolhidos, em função de possuírem um número de hectares de terra acima da média dos produtores da região, de terem condições de obter crédito e de se situarem a uma distância relativamente próxima à indústria, diminuindo, assim, os custos de transporte. É fundamental que os produtores possuam certas características para que o projeto global da integração seja viabilizado, segundo a estratégia estabelecida pelo frigorífico”. Portanto a tendência na época já era a diminuição do número de avicultores com pequenos plantéis e o aumento e concentração da produção em maiores produtores. Neste aspecto SORJ et alli citam que “ a tendência à diminuição de produtores de pequenos plantéis e o aumento de produtores maiores são o resultado tanto do sucesso e capitalização de alguns empreendimentos, como da real eliminação dos que não conseguem fazer frente aos aspectos técnicos e econômicos da produção, de modo a suportar situações de oscilações nos fatores de produção e comercialização”. Para ORTEGA (1988: 112), a estrutura fundiária da região onde se constitui uma integração é fundamental, por serem necessárias propriedades que permitam aos criadores a produção de seu produto principal e ainda outro produto que complemente a sua renda. Quando considerado esse modelo de pequenos agricultores integrados no Sul, é reconhecido que contribuiu por um determinado tempo, no crescimento da produção e da produtividade, mas agora está sendo visto como um obstáculo para a continuação do crescimento e da redução de custos. Levy Rei de França 62
TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA Analisando esse assunto observa-se que, nos últimos anos o padrão tradicional começou a dar mostras de esgotamento. De um lado, os custos logísticos e de gerenciamento de um grande número de integrados (a Perdigão por exemplo tem cerca de 7.000) vêm crescendo excessivamente. Levar ração, coletar frangos, prestar assistência técnica e supervisionar os contratos de milhares de pequenos integrados, tudo isso é fonte de custos pouco compatíveis com um negócio de margens reduzidas (FAVERET FILHO & PAULA, 1998). A estrutura fundiária em Rio Verde é um exemplo dessa mudança. O tamanho da propriedade integrada será bem maior que as existentes no sul, isso está ocorrendo devido às garantias bancárias necessárias ao financiamento 49 e à viabilidade da produção de frangos nas condições do projeto. GRAZIANO DA SILVA (1988: 29), atribui esse fato ao caráter incrustado das inovações tecnológicas na concorrência intercapitalista, de maneira que “as inovações funcionam como um tipo de barreira à entrada de concorrentes naquelas condições específicas, ao nível de região e dos produtos, na medida em que configura um dado padrão produtivo que define inclusive uma certa escala mínima para permanecer naquele determinado ramo de atividade. Em outros termos, o próprio desenvolvimento capitalista de um ramo da produção agropecuária impõe continuamente a elevação de um patamar mínimo, definido em função das tecnologias disponíveis, para um produtor determinado permanecer naquela atividade. É como uma corrida onde determinado indivíduo para manter a sua posição relativa tem que mover-se no ritmo do conjunto”. A estrutura agrária do Centro-Oeste, baseada na média e grande propriedades, pode facilitar essas transformações técnicas, de outro impossibilita que as relações agricultura- indústria se organizem nos mesmos moldes do Sul, onde predomina a propriedade familiar (HELFAND & RESENDE, 1998). 49 A quantidade de terra disponível pelo pecuarista é fundamental para que ele seja aceito como integrado, porque esse é um pré-requisito para obtenção de crédito agrícola e porque o integrado deve ter uma quantidade de terra tal, que seja possível diversificar sua produção. Levy Rei de França 63
- Page 21 and 22: EVOLUÇÃO RECENTE DA AVICULTURA DE
- Page 23 and 24: EVOLUÇÃO RECENTE DA AVICULTURA DE
- Page 25 and 26: EVOLUÇÃO RECENTE DA AVICULTURA DE
- Page 27 and 28: EVOLUÇÃO RECENTE DA AVICULTURA DE
- Page 29 and 30: EVOLUÇÃO RECENTE DA AVICULTURA DE
- Page 31 and 32: EVOLUÇÃO RECENTE DA AVICULTURA DE
- Page 33 and 34: EVOLUÇÃO RECENTE DA AVICULTURA DE
- Page 35 and 36: CAPÍTULO II TRANSFORMAÇÕES DA BA
- Page 37 and 38: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA O
- Page 39 and 40: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA P
- Page 41 and 42: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA g
- Page 43 and 44: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA f
- Page 45 and 46: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA O
- Page 47 and 48: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA A
- Page 49 and 50: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA P
- Page 51 and 52: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA A
- Page 53 and 54: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA O
- Page 55 and 56: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA P
- Page 57 and 58: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA a
- Page 59 and 60: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA v
- Page 61 and 62: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA f
- Page 63 and 64: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA p
- Page 65 and 66: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA b
- Page 67 and 68: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA P
- Page 69 and 70: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA (
- Page 71: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA r
- Page 75 and 76: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA -
- Page 77 and 78: TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA A
- Page 79 and 80: DETERMINANTES DAS TRANSFORMAÇÕES
- Page 81 and 82: DETERMINANTES DAS TRANSFORMAÇÕES
- Page 83 and 84: DETERMINANTES DAS TRANSFORMAÇÕES
- Page 85 and 86: DETERMINANTES DAS TRANSFORMAÇÕES
- Page 87 and 88: DETERMINANTES DAS TRANSFORMAÇÕES
- Page 89 and 90: DETERMINANTES DAS TRANSFORMAÇÕES
- Page 91 and 92: DETERMINANTES DAS TRANSFORMAÇÕES
- Page 93 and 94: DETERMINANTES DAS TRANSFORMAÇÕES
- Page 95 and 96: DETERMINANTES DAS TRANSFORMAÇÕES
- Page 97 and 98: DETERMINANTES DAS TRANSFORMAÇÕES
- Page 99 and 100: DETERMINANTES DAS TRANSFORMAÇÕES
- Page 101 and 102: IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BA
- Page 103 and 104: IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BA
- Page 105 and 106: IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BA
- Page 107 and 108: IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BA
- Page 109 and 110: IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BA
- Page 111 and 112: IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BA
- Page 113 and 114: IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BA
- Page 115 and 116: IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BA
- Page 117 and 118: IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BA
- Page 119 and 120: IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BA
- Page 121 and 122: IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BA
A <strong>EVOLUÇÃO</strong> <strong>DA</strong> <strong>BASE</strong> <strong>TÉCNICA</strong> <strong>DA</strong> <strong>AVICULTURA</strong> DE CORTE NO BRASIL<br />
<strong>do</strong> final da década de 80) da região no Centro-oeste; um exemplo disso é a instalação da<br />
Perdigão em Rio Verde.<br />
II. 10. 2 - Mudanças no Modelo de Integração<br />
Em 1982, o Cebrae-Ceag, cita<strong>do</strong> por SORJ et alli, (1982: 41) fazia o seguinte<br />
recorte: “...produtores integra<strong>do</strong>s não são produtores comuns, são escolhi<strong>do</strong>s, em função de<br />
possuírem um número de hectares de terra acima da média <strong>do</strong>s produtores da região, de<br />
terem condições de obter crédito e de se situarem a uma distância relativamente próxima à<br />
indústria, diminuin<strong>do</strong>, assim, os custos de transporte. É fundamental que os produtores<br />
possuam certas características para que o projeto global da integração seja viabiliza<strong>do</strong>,<br />
segun<strong>do</strong> a estratégia estabelecida pelo frigorífico”. Portanto a tendência na época já era a<br />
diminuição <strong>do</strong> número de avicultores com pequenos plantéis e o aumento e concentração da<br />
produção em maiores produtores.<br />
Neste aspecto SORJ et alli citam que “ a tendência à diminuição de produtores de<br />
pequenos plantéis e o aumento de produtores maiores são o resulta<strong>do</strong> tanto <strong>do</strong> sucesso e<br />
capitalização de alguns empreendimentos, como da real eliminação <strong>do</strong>s que não conseguem<br />
fazer frente aos aspectos técnicos e econômicos da produção, de mo<strong>do</strong> a suportar situações<br />
de oscilações nos fatores de produção e comercialização”.<br />
Para ORTEGA (1988: 112), a estrutura fundiária da região onde se constitui uma<br />
integração é fundamental, por serem necessárias propriedades que permitam aos cria<strong>do</strong>res a<br />
produção de seu produto principal e ainda outro produto que complemente a sua renda.<br />
Quan<strong>do</strong> considera<strong>do</strong> esse modelo de pequenos agricultores integra<strong>do</strong>s no Sul, é<br />
reconheci<strong>do</strong> que contribuiu por um determina<strong>do</strong> tempo, no crescimento da produção e da<br />
produtividade, mas agora está sen<strong>do</strong> visto como um obstáculo para a continuação <strong>do</strong><br />
crescimento e da redução de custos.<br />
<strong>Levy</strong> Rei de França<br />
62