A EVOLUÇÃO DA BASE TÉCNICA DA AVICULTURA ... - Blog do Levy

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16.04.2013 Views

A EVOLUÇÃO DA BASE TÉCNICA DA AVICULTURA DE CORTE NO BRASIL aquisição de estoques de matérias-primas pelos grandes fabricantes de rações balanceadas, propiciou a reorganização do padrão de produção desse setor. Atualmente temos um novo padrão de produção de rações associado a diferentes formas de produção de proteína animal. Existe desde a produção de rações por empresas especializadas, só que com produtos mais diversificados e mais regionalizados, atendendo produtores independentes de aves, suínos, bovinos e animais domésticos, até a produção em alta escala por empresas verticalizadas de produção de aves e suínos, na forma de cooperativas e integrações. Paralelamente à evolução das plantas para industrialização das rações, observa-se uma mudança na forma de sua forma de aquisição. Na década de 70 ENGLERT (1978) recomendava para pequenos produtores com consumo abaixo de 100 toneladas mensais, a compra das rações prontas 30 , de indústrias idôneas ou participar das integrações avícolas que produzissem estas rações. Essa sugestão era feita baseada no argumento de que a ciência da nutrição, formulação e controle de qualidade na fabricação de rações, eram complexos e deveria ter assessoria de técnicos especializados em nutrição, compra de matérias-primas e análises químicas de laboratório. O surgimento dos concentrados associados a plantas de fábrica de ração de menor tamanho permitiu a mistura de parte do processo de produção de rações na granja. Neste caso o produtor adquire o concentrado 31 e acrescenta o milho. Depois dos concentrados foi a vez do surgimento do premix, permitindo maior liberdade na formulação de ração na granja. Neste caso o granjeiro acrescenta ao premix, além do milho (eventualmente uma parte de sorgo) o farelo de soja e/ou outras fontes protéicas, uma fonte de cálcio e uma fonte de fósforo. 30 Ração pronta é a quantidade total de alimento fornecido e consumido por um animal num período de 24 horas (TEIXEIRA,1997a). 31 Os concentrados são vendidos para o produtor que tenha uma fonte mais barata de cereais e que deseja adicioná-los às fontes energéticas (milho e às vezes parte de sorgo). Levy Rei de França 44

TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA Para GRAZIANO DA SILVA et alli (1973), a produção de rações em pequena escala e regionalizada foi viabilizada com a utilização do premix, pois sem ele seria muito difícil o ajuste na programação de pequenas quantidades de alguns produtos químicos, como vitaminas, aminoácidos e antibióticos. Em uma abordagem a respeito da evolução do premix ORTEGA (1988) cita que a indústria produtora de premix assume um papel fundamental na dinâmica técnico-econômica do setor de rações, o seu desenvolvimento calcou-se nos avanços das pesquisas em nutrição animal, especialmente no que diz respeito à determinação das necessidades de micronutrientes, como vitaminas, minerais e aminoácidos. ORTEGA (1988: 70) sublinha ainda que “até o final da década de 1970, a produção de premix era realizada por poucas empresas, grande parte das indústrias de rações adquiriam as matérias-primas das indústrias químicas e químico-farmacêutica e formulava o seu próprio premix. Com a crise das empresas especializadas do setor de rações, no início dos anos 80, simultânea ao crescimento da produção própria de ração por parte de integrações e criadores independentes, foi induzido o crescimento do ramo de premix, surgindo novas indústrias para atender a uma demanda crescente de suplementos vitamínicos e minerais”. Portanto, com a evolução da produção de rações, observa-se a reorganização do setor da indústria de rações, que fragilizado pelo aumento dos custos da ração, em função da logística de transporte cede espaço para a regionalização e diversificação da produção associada a tecnologia mais acessíveis de menores plantas, miniaturização da informática e acesso ao premix em pequenas escalas. Por outro lado, com a emergência da verticalização aparecem as grandes integrações que passam a produzir um volume de rações maior que a própria produção do setor da indústria de rações. Na verdade, em virtude do relacionamento monopólio/monopsônio para com os integrados, a produção de ração por parte das firmas integradoras acaba colocando outras vantagens que influem nos custos de matéria-prima. A primeira dessas vantagens, vis-à-vis Levy Rei de França 45

A <strong>EVOLUÇÃO</strong> <strong>DA</strong> <strong>BASE</strong> <strong>TÉCNICA</strong> <strong>DA</strong> <strong>AVICULTURA</strong> DE CORTE NO BRASIL<br />

aquisição de estoques de matérias-primas pelos grandes fabricantes de rações balanceadas,<br />

propiciou a reorganização <strong>do</strong> padrão de produção desse setor.<br />

Atualmente temos um novo padrão de produção de rações associa<strong>do</strong> a diferentes<br />

formas de produção de proteína animal. Existe desde a produção de rações por empresas<br />

especializadas, só que com produtos mais diversifica<strong>do</strong>s e mais regionaliza<strong>do</strong>s, atenden<strong>do</strong><br />

produtores independentes de aves, suínos, bovinos e animais <strong>do</strong>mésticos, até a produção em<br />

alta escala por empresas verticalizadas de produção de aves e suínos, na forma de<br />

cooperativas e integrações.<br />

Paralelamente à evolução das plantas para industrialização das rações, observa-se<br />

uma mudança na forma de sua forma de aquisição. Na década de 70 ENGLERT (1978)<br />

recomendava para pequenos produtores com consumo abaixo de 100 toneladas mensais, a<br />

compra das rações prontas 30 , de indústrias idôneas ou participar das integrações avícolas<br />

que produzissem estas rações. Essa sugestão era feita baseada no argumento de que a<br />

ciência da nutrição, formulação e controle de qualidade na fabricação de rações, eram<br />

complexos e deveria ter assessoria de técnicos especializa<strong>do</strong>s em nutrição, compra de<br />

matérias-primas e análises químicas de laboratório.<br />

O surgimento <strong>do</strong>s concentra<strong>do</strong>s associa<strong>do</strong>s a plantas de fábrica de ração de menor<br />

tamanho permitiu a mistura de parte <strong>do</strong> processo de produção de rações na granja. Neste<br />

caso o produtor adquire o concentra<strong>do</strong> 31 e acrescenta o milho. Depois <strong>do</strong>s concentra<strong>do</strong>s foi<br />

a vez <strong>do</strong> surgimento <strong>do</strong> premix, permitin<strong>do</strong> maior liberdade na formulação de ração na<br />

granja. Neste caso o granjeiro acrescenta ao premix, além <strong>do</strong> milho (eventualmente uma<br />

parte de sorgo) o farelo de soja e/ou outras fontes protéicas, uma fonte de cálcio e uma<br />

fonte de fósforo.<br />

30<br />

Ração pronta é a quantidade total de alimento forneci<strong>do</strong> e consumi<strong>do</strong> por um animal num perío<strong>do</strong> de 24<br />

horas (TEIXEIRA,1997a).<br />

31<br />

Os concentra<strong>do</strong>s são vendi<strong>do</strong>s para o produtor que tenha uma fonte mais barata de cereais e que deseja<br />

adicioná-los às fontes energéticas (milho e às vezes parte de sorgo).<br />

<strong>Levy</strong> Rei de França<br />

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