A EVOLUÇÃO DA BASE TÉCNICA DA AVICULTURA ... - Blog do Levy
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A EVOLUÇÃO DA BASE TÉCNICA DA AVICULTURA DE CORTE NO BRASIL A preocupação com o custo do grão está relacionada aos dois mais importantes ingredientes da ração, o milho (aproximadamente 67%) e a soja (aproximadamente 33%), representando portanto a quase totalidade do conteúdo das rações 76 . A redução do custo de produção do frango em Goiás em comparação com outros estados é mostrada na Tabela 16. Observa-se, por exemplo que no Paraná o preço do milho era 3,7% menor do que em Goiás no período 1990 a 1995, enquanto que o preço da soja era 10,5% maior. HELFAND & RESENDE (1998: 30) combinaram estes dados sobre participação do milho, farelo de soja e ração no custo do frango abatido e chegaram à conclusão de que “uma empresa poderia economizar menos de 1% do custo do frango abatido deslocando-se do Paraná para Goiás. Como a distância dos mercados consumidores de São Paulo ou do Rio de Janeiro é maior em Goiás do que no Paraná, diferença no custo do transporte mais do que contrabalançaria a redução de custo devido à ração mais barata”. Os mesmos cálculos revelam uma redução de custo de 2,4% para o Rio Grande do Sul, com relação a Santa Catarina a redução do custo foi calculada em 4,5% no frango abatido, entretanto uma parte dessa vantagem seria perdida devido aos maiores custos de transporte. Dessa forma os autores concluem que “os ganhos devido a custos menores de ração no Centro-Oeste em comparação com o Sul representam, quase sempre, uma pequena percentagem no custo de um animal abatido”. A economia do custo da ração seria maior, mas aumentaria o custo do transporte do produto final. TABELA 16 – Diferenciais de Preços do Milho e da Soja e Redução do Custo de Produção do Frango em Comparação com Goiás – 1990/95. Estados Diferenciais de preços do Diferenciais de preços da Redução do custo de milho soja produção do frango abatido Minas Gerais 28,0 10,8 12,3 São Paulo 19,8 8,7 8,9 Paraná -3,7 10,5 0,5 Santa Catarina 6,8 11,2 4,5 Rio Grande do Sul 5,0 3,3 2,4 Fonte: HELFAND & RESENDE (1998) Analisando os custos de produção do suíno e do frango nos estados, TALAMINI et alli (1998) verificaram que as vantagens de uma região sobre outra não são muito 76 Representa cerca de 67% do custo da produção do frango vivo e 55% do custo do frango abatido. Levy Rei de França 106
IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DA BASE TÉCNICA evidentes, em razão das diferenças dos preços dos fatores de produção. Dessa forma também concordam que as constantes especulações sobre as vantagens regionais na produção de suínos e aves devem ser atribuídas a outros fatores. Conforme apresentado na Tabela 17, a maior variabilidade de rendimentos físicos na região Sul, com destaque para o Rio Grande do Sul, cria, evidentemente, um problema de competitividade para a produção animal localizada nessa região, vis-à-vis as demais regiões. A produção de grãos no Centro-Oeste se diferencia fortemente da região Sul, já que naquela região o milho parece ser uma lavoura consolidada, enquanto no Centro-Oeste é uma lavoura que tem crescido rapidamente, mas de forma totalmente dependente da soja. Segundo HELFAND & RESENDE (1998), esta constatação explica por que o milho continua sendo produzido mesmo com problemas crônicos de comercialização, refletindo na contínua formação de estoques e redução do preço mínimo pelo Governo no Centro- Oeste, como no ano agrícola de 1997/98. TABELA 17 – Variabilidade dos Rendimentos Físicos do Milho e da Soja por Regiões e Estados do Centro-Sul – 1980/97. Regiões Milho Soja Sudeste 0,12 0,08 Centro-Oeste 0,08 0,09 Sul 0,14 0,15 Rio Grande do Sul 0,23 0,21 Santa Catarina 0,16 0,15 Paraná 0,13 0,11 Nota: A variabilidade é medida pelo coeficiente de variação nos resíduos em relação à tendência exponencial. Fonte: HELFAND & RESENDE (1998) Para esses autores, a análise dos diferenciais de preço sugere que pode haver economia considerável de custos, resultado da transferência da produção de animais do Sudeste para o Centro-Oeste. Em Goiás, o preço do milho nos anos 90 foi em média 25 a 80 reais mais barato que nos quatro estados do Sudeste, mas o mesmo não pode ser dito sobre o Sul. No Paraná os preços do milho tenderam a ser menores que em Goiás nos anos Levy Rei de França 107
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IMPACTOS <strong>DA</strong>S TRANSFORMAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>BASE</strong> <strong>TÉCNICA</strong><br />
evidentes, em razão das diferenças <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong>s fatores de produção. Dessa forma<br />
também concordam que as constantes especulações sobre as vantagens regionais na<br />
produção de suínos e aves devem ser atribuídas a outros fatores.<br />
Conforme apresenta<strong>do</strong> na Tabela 17, a maior variabilidade de rendimentos físicos<br />
na região Sul, com destaque para o Rio Grande <strong>do</strong> Sul, cria, evidentemente, um problema<br />
de competitividade para a produção animal localizada nessa região, vis-à-vis as demais<br />
regiões. A produção de grãos no Centro-Oeste se diferencia fortemente da região Sul, já<br />
que naquela região o milho parece ser uma lavoura consolidada, enquanto no Centro-Oeste<br />
é uma lavoura que tem cresci<strong>do</strong> rapidamente, mas de forma totalmente dependente da soja.<br />
Segun<strong>do</strong> HELFAND & RESENDE (1998), esta constatação explica por que o milho<br />
continua sen<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong> mesmo com problemas crônicos de comercialização, refletin<strong>do</strong><br />
na contínua formação de estoques e redução <strong>do</strong> preço mínimo pelo Governo no Centro-<br />
Oeste, como no ano agrícola de 1997/98.<br />
TABELA 17 – Variabilidade <strong>do</strong>s Rendimentos Físicos <strong>do</strong> Milho e da Soja por Regiões<br />
e Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Centro-Sul – 1980/97.<br />
Regiões Milho Soja<br />
Sudeste 0,12 0,08<br />
Centro-Oeste 0,08 0,09<br />
Sul 0,14 0,15<br />
Rio Grande <strong>do</strong> Sul 0,23 0,21<br />
Santa Catarina 0,16 0,15<br />
Paraná 0,13 0,11<br />
Nota: A variabilidade é medida pelo coeficiente de variação nos resíduos em relação à tendência exponencial.<br />
Fonte: HELFAND & RESENDE (1998)<br />
Para esses autores, a análise <strong>do</strong>s diferenciais de preço sugere que pode haver<br />
economia considerável de custos, resulta<strong>do</strong> da transferência da produção de animais <strong>do</strong><br />
Sudeste para o Centro-Oeste. Em Goiás, o preço <strong>do</strong> milho nos anos 90 foi em média 25 a<br />
80 reais mais barato que nos quatro esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sudeste, mas o mesmo não pode ser dito<br />
sobre o Sul. No Paraná os preços <strong>do</strong> milho tenderam a ser menores que em Goiás nos anos<br />
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