A EVOLUÇÃO DA BASE TÉCNICA DA AVICULTURA ... - Blog do Levy
A EVOLUÇÃO DA BASE TÉCNICA DA AVICULTURA ... - Blog do Levy
A EVOLUÇÃO DA BASE TÉCNICA DA AVICULTURA ... - Blog do Levy
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A <strong>EVOLUÇÃO</strong> <strong>DA</strong> <strong>BASE</strong> <strong>TÉCNICA</strong> <strong>DA</strong> <strong>AVICULTURA</strong> DE CORTE NO BRASIL<br />
Cita ainda que o cria<strong>do</strong>r de frangos encontra neste tipo de contrato com a indústria,<br />
vantagens importantes. Entre elas se tem a garantia <strong>do</strong> escoamento da produção, facilidades<br />
de crédito sem recorrer ao sistema bancário, uma indispensável assistência técnica, além da<br />
certeza de uma renda no final da criação. Entretanto, ele apresenta o inconveniente de<br />
tornar o produtor dependente da indústria integra<strong>do</strong>ra, economicamente mais forte.<br />
Para GRAZIANO <strong>DA</strong> SILVA cita<strong>do</strong> por SHIKI (1996), o contrato de integração na<br />
avicultura surge como modelo de relacionamento entre a indústria e os pequenos<br />
agricultores familiares, e teoricamente critica a idéia de subordinação 69 <strong>do</strong> agricultor à<br />
agroindústria que o transforma em um verdadeiro trabalha<strong>do</strong>r a <strong>do</strong>micílio. O argumento<br />
para essa crítica está na autonomia <strong>do</strong> agricultor familiar em organizar o processo de<br />
trabalho, diferentemente <strong>do</strong>s assalaria<strong>do</strong>s, pois o ritmo <strong>do</strong> trabalho seria determina<strong>do</strong> não<br />
pelo patrão ou pela máquina programada, mas pelas necessidades biológicas <strong>do</strong> próprio<br />
processo produtivo. Neste senti<strong>do</strong> BERNSTEIN também cita<strong>do</strong> por SHIKI (1996), sublinha<br />
que não são uma classe de explora<strong>do</strong>s desde que suas condições gerais de reprodução são<br />
as mesmas que regulam as empresas capitalistas. Mesmo assim, em virtude de suas<br />
debilidades, são sujeitos a todas as formas de extorsões e pressões por capitais diversos e<br />
pelo Esta<strong>do</strong>.<br />
O contrato de integração é normalmente individual, poden<strong>do</strong>, ser celebra<strong>do</strong><br />
coletivamente, entre vários produtores interessa<strong>do</strong>s. Ele é um ato jurídico misto, ou seja<br />
civil e comercial, deven<strong>do</strong> conter certas cláusulas que ofereçam maiores garantias ao<br />
produtor, que deve ter pelo menos a certeza de uma renda mínima. A renovação <strong>do</strong> contrato<br />
69 As formas para se definir o pecuarista variam conforme o autor considera<strong>do</strong>, entretanto to<strong>do</strong>s concordam<br />
que ele invariavelmente é um pequeno cria<strong>do</strong>r. Para MILLER é um trabalha<strong>do</strong>r em <strong>do</strong>micílio; para<br />
WANDERLEY é um trabalha<strong>do</strong>r para o capital; para GRAZIANO <strong>DA</strong> SILVA é um produtor tecnifica<strong>do</strong><br />
(autores cita<strong>do</strong>s por ORTEGA, 1988: 111) e na linguagem popular da avicultura, nas grandes empresas desse<br />
setor, assim como em Rio Verde Goiás onde a Perdigão esta se instalan<strong>do</strong> utiliza-se a expressão “integra<strong>do</strong>”.<br />
Para PAULILO (1990), <strong>do</strong> produtor integra<strong>do</strong> fala-se apenas como “o explora<strong>do</strong>”, “o subordina<strong>do</strong>”, enfim<br />
como o la<strong>do</strong> passivo, sem que haja uma preocupação maior com o que esses agricultores pensam de si<br />
mesmos e das empresas, com opções que eles possam ter, mesmo que reduzidas, e com o lugar que a relação<br />
de integração ocupa em seu mun<strong>do</strong>.<br />
<strong>Levy</strong> Rei de França<br />
94