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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ... - ICHS/UFOP

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seu próprio povo. 144 No artigo “Nova fase?”, a assertiva era a de “que o governo<br />

agora ataca ‘o verdadeiro povo’ e que ‘o usurpador, que se fingia de pai, confessa-<br />

se inimigo’. E declara: ‘a monarquia já não ilude ninguém’”. 145<br />

Nesse momento:<br />

46<br />

A exaltação popular ultrapassou qualquer expectativa. O povo<br />

aplaudia freneticamente oradores anti-monarquistas como<br />

Ferreira de Menezes, Ferro Cardoso, Lopes Trovão, José do<br />

Patrocínio e o tenente Carvalho, vivando mais<br />

entusiasticamente os discursos mais radicais. 146<br />

A ação popular fugiu ao controle da força policial e uma situação geral de<br />

vandalismo e violência teve início – bondes quebrados, agressão aos motoristas,<br />

aos passageiros e até mesmo a animais de tração, trilhos arrancados, construção de<br />

barricadas, assaltos, e, além disso, a ridicularização do Imperador em cantigas<br />

populares –, ocasionando um embate direto entre a população e os responsáveis<br />

pela ordem pública, resultando em muitos feridos e algumas mortes. 147<br />

O clima de violência, depredação e resistência popular em decorrência do<br />

imposto persistiu nos dias seguintes, chegando ao fim em quatro de janeiro,<br />

quando a lei foi finalmente revogada. “O desgaste foi muito grande para o<br />

ministério”, mas com certeza o foi também para D. Pedro II, que “observou que<br />

em quarenta anos de reinado não fora usada força contra o povo”, até aquele<br />

momento. 148 Não apenas a ação contra o povo foi inusitada: “Pela primeira vez, a<br />

imagem do monarca era vaiada em praça púbica”. 149<br />

Durante a Revolta do Vintém, integrantes do movimento republicano<br />

incitaram e influenciaram a ação popular contra o Monarca, uma vez que o<br />

“Republicanismo e o radicalismo avançavam”, 150 e almejavam conquistar para si<br />

o apoio dessa parcela da população:<br />

Desde o anúncio do novo imposto, mobilizações de protesto<br />

foram encabeçadas por publicistas e políticos, especialmente os<br />

144 MELLO. Op. cit. 2007.<br />

145 Idem. P. 26<br />

146 Idem. P. 24 e 25.<br />

147 Ver: MELLO. Op. cit. 2007. P. 24-26; & JESUS. Op. cit. 2009. P. 123-138.<br />

148 CARVALHO. Op. cit. 2007. P. 176-177.<br />

149 <strong>DE</strong>L PRIORE, Mary. Condessa de Barral: a paixão do imperador. Rio de Janeiro: Objetiva,<br />

2008. P. 213.<br />

150 Idem.

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