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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ... - ICHS/UFOP

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movimentação popular no campo político, uma vez que a população uniu forças<br />

contra o imposto que aumentava em um vintém a tarifa dos bondes. 140<br />

O imposto de um vintém sobre as tarifas foi aprovado e segundo Ronaldo<br />

Pereira de Jesus:<br />

45<br />

foi instituído pelo Ministro da Fazenda [Afonso Celso de Assis<br />

Figueiredo, futuro visconde de Ouro Preto] como medida de<br />

contenção do déficit orçamentário da coroa, anunciado no dia<br />

13 de dezembro de 1879 e marcado para entrar em vigor em 1°<br />

de janeiro de 1880. Consistia na cobrança da taxa de um vintém<br />

($020 réis) sobre o valor das passagens dos bondes que<br />

circulavam na cidade do Rio de Janeiro (Grifo nosso). 141<br />

No dia 28 de dezembro de 1879, antes da data marcada para a cobrança<br />

entrar em vigor, uma multidão acompanhada por republicanos, como Lopes<br />

Trovão e José do Patrocínio, se reuniu no Campo de São Cristóvão, com o<br />

objetivo de entregar uma petição solicitando ao Soberano a revogação da lei.<br />

Contudo, um grupo policial instalado à frente do Palácio da Boa Vista impediu o<br />

acesso da população ao Monarca, que pouco depois “mandou, então, mensagem a<br />

Lopes Trovão dizendo que receberia uma delegação dos manifestantes”. 142<br />

Com a população já dispersa, não houve a criação de uma delegação e<br />

Lopes Trovão agiu “buscando explorar o mais possível a reação negativa ao<br />

comportamento da polícia”, e ao que a população acreditava se tratar de uma<br />

recusa do Imperador em recebê-los. 143 Até então a atuação da multidão tinha sido<br />

apenas uma demonstração de insatisfação, não havendo, portanto, sinal de<br />

violência. Porém, a manifestação adquiriu um caráter mais violento nos dias<br />

seguintes, principalmente no primeiro dia de legalização da taxa.<br />

No dia primeiro de janeiro de 1880, o imposto entrou em vigor e resultou<br />

descontentamento popular, protestos e ameaças de não pagamento da taxa. O<br />

momento era de críticas por parte dos republicanos, que através de seus discursos<br />

e da imprensa, acusavam o governo imperial de ter permitido a violência contra<br />

140 Sobre a Revolta do Vintém, ver: CARVALHO. Op. cit. 2007; MELLO, Maria Tereza Chaves<br />

de. A República Consentida: cultura democrática e científica do final do Império. Rio de Janeiro:<br />

Ed. UDV: editora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Edur), 2007; & JESUS,<br />

Ronaldo Pereira de. Visões da Monarquia: escravos, operários e abolicionismo na corte. Belo<br />

Horizonte, MG: Argvmentvm, 2009.<br />

141 JESUS. Op. cit. 2009. P. 124.<br />

142 CARVALHO. Op. cit. 2007. P. 175-176.<br />

143 Idem. P. 176.

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