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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ... - ICHS/UFOP

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fazendeiros de café esmeraram-se em exibir sua riqueza e hospitalidade,<br />

oferecendo ao casal imperial recepções de luxo e grandes bailes”. 125<br />

Após quase dez anos sem se ausentar da Corte, D. Pedro II voltou a viajar<br />

em 1859 e 1860, quando visitou as províncias do Norte: Paraíba, Espírito Santo,<br />

Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.<br />

No final da década de 1850, com a relativa tranquilidade interna e o<br />

recesso parlamentar, pôde, enfim, dar início à viagem, que teve a duração de<br />

quatro meses. Na Fala do Trono de 1859, o Monarca declarou que: “Para melhor<br />

conhecer as Províncias do meu Império, cujos melhoramentos morais e materiais<br />

são o alvo de meus constantes desejos e dos esforços do meu Governo, decidi<br />

viajar às que ficam ao Norte da do Rio de Janeiro”. 126 Nessa excursão foi<br />

acompanhado por D. Teresa Cristina, Luís Pedreira do Couto Ferraz, o camarista<br />

Visconde de Sapucaí, o conselheiro Visconde de Bom Retiro, pelo mordomo<br />

Paulo Barbosa, um médico e um padre. 127<br />

Mesmo sendo uma viagem oficial, o Imperador fez questão que as<br />

despesas de todos os integrantes da comitiva fossem “pagas pela mordomia da<br />

Casa Imperial, que teve de levantar um empréstimo de sessenta contos de réis<br />

junto à firma Antônio José Alves Souto e Cia”. 128<br />

Ao se deslocar pelo Império, D. Pedro II sempre levava consigo um diário,<br />

no qual anotava suas observações sobre os locais visitados e na viagem ao<br />

nordeste não seria diferente. O diário escrito durante o passeio foi publicado<br />

posteriormente como livro e intitulado Viagens pelo Brasil: Bahia, Sergipe,<br />

Alagoas, 1859. 129<br />

De acordo com José Murilo de Carvalho e João Ricardo Ferreira Pires,<br />

como o de costume, o Monarca visitou cadeias, câmaras municipais, hospitais,<br />

asilos, igrejas e colégios, fazendo apontamentos sobre cada estabelecimento. Nas<br />

escolas, assistia às aulas e examinava o conhecimento dos alunos através de testes<br />

e perguntas, em instituições de caridade fazia doações do próprio bolso. 130 João<br />

Ricardo ressaltou ainda, que o Imperador apontou em seu diário os aspectos<br />

125<br />

CARVALHO. Op. cit. 2007. P. 138.<br />

126<br />

LYRA. Op. cit. 1977. Vol. 1. P. 200.<br />

127<br />

CARVALHO. Op. cit. 2007. P. 138 e 139; & LYRA. Op. cit. 1977. Vol. 1. P. 200.<br />

128<br />

CARVALHO. Op. cit. P. 139.<br />

129<br />

LACOMBE, Américo Lourenço Masset (Org.). Viagens pelo Brasil: Bahia, Sergipe, Alagoas,<br />

1859. Rio de Janeiro: Editora Bom Texto, 2003.<br />

130<br />

CARVALHO. Op. cit. 2007; & PIRES. Op. cit. 2007.<br />

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