16.04.2013 Views

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ... - ICHS/UFOP

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ... - ICHS/UFOP

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ... - ICHS/UFOP

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Uma característica que marcou todas as viagens imperiais, foi a presença<br />

de uma comissão nomeada pelo Imperador, sendo ela geralmente composta pela<br />

Imperatriz e sua dama de companhia, um ou mais ministros, médicos pessoais e<br />

políticos. 116 No entanto, o número final de componentes do séquito não ficava<br />

definido, uma vez que durante o percurso novos integrantes a ele se anexavam.<br />

Com o Monarca viajavam também os rituais monárquicos e alguns<br />

cerimoniais, como por exemplo, os programas municipais e provinciais para a<br />

realização da festa de recepção ao governante. 117 Um programa de recepção era<br />

organizado e enviado às províncias que seriam visitadas, sendo sua função<br />

divulgá-lo. No que diz respeito às Câmaras, era de sua responsabilidade a<br />

publicação de editais de como a recepção aos viajantes deveria ocorrer, sempre<br />

prevendo “ruas ornadas com flores, casas iluminadas, festejos religiosos e<br />

civis”, 118 bandas de música, além de solicitar à população que estivesse<br />

devidamente vestida para a recepção.<br />

É importante ressaltar que não apenas as cidades visitadas pelo Imperador<br />

se organizavam para bem recebê-lo, mas também a Corte se preparava de forma<br />

festiva e até mesmo grandiloquente, quando de seu retorno. 119<br />

Como D. Pedro II não era um admirador de sessões solenes e oficiais –<br />

apesar de sempre ser convidado a participar delas e muitas vezes não ter como se<br />

ausentar –, ele ocupava seu tempo visitando e fiscalizando instituições e edifícios<br />

públicos, tais como: casa de órfãos, igrejas, seminários, Santa Casa de<br />

Misericórdia, Câmara Municipal, cadeia, asilos, bibliotecas municipais e escolas,<br />

onde assistia às aulas e indagava alunos e professores.<br />

Esse costume tornou-se uma marca registrada, assim como seu caderno de<br />

anotações. Onde quer que fosse, o diário o acompanhava e nele escrevia sobre<br />

diferentes temas, por exemplo, sobre a geografia das províncias, sobre suas<br />

atividades econômicas e sobre os hábitos e feições dos senhores locais.<br />

A primeira viagem de D. Pedro II como imperador do Brasil ocorreu em<br />

agosto de 1845, quando partiu da corte para visitar o sul do país:<br />

116 PIRES. Op. cit. 2007. P. 31.<br />

117 SCHWARCZ. Op. cit. 1998. P. 358.<br />

118 PIRES. Op. cit. 2007. P. 31.<br />

119 SCHWARCZ. Op. cit. 1998. P. 358.<br />

40

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!