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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ... - ICHS/UFOP

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começou a organizar a volta para casa. Assim sendo, a três de agosto de 1888 o<br />

Monarca viajou até Bourdéus e no dia cinco já embarcava de volta para o Brasil,<br />

passando então por Lisboa e Dakar, na África.<br />

Enfim, a chegada ao Rio de Janeiro se deu no dia 22 de agosto e D. Pedro<br />

II foi “recebido com grande festa popular”. 111<br />

As viagens internacionais realizaram o desejo do Monarca de percorrer o<br />

mundo até então conhecido apenas através de suas leituras, possibilitaram a ele<br />

encontrar-se com intelectuais e cientistas tão admirados. Era durante essas<br />

excursões que ele se apresentava como o cidadão Pedro de Alcântara, desfrutando<br />

da liberdade de não ter, por um breve momento, que atuar como governante do<br />

Brasil. Enquanto esteve no exterior, o Imperador pôde “dedicar-se ao que lhe<br />

causava prazer, viajar, conhecer lugares novos, encontrar pessoas importantes na<br />

ciência e nas artes”. 112<br />

Diferentemente dessas viagens, as excursões realizadas pelo interior do<br />

Brasil tinham função e caráter essencialmente político. Nessas ocasiões quem se<br />

apresentava era o Imperador do Brasil, D. Pedro II e ao se deslocar pelo país, ele<br />

buscava manter e fortalecer a unidade nacional, assim como conhecer seu país<br />

politicamente.<br />

Acreditamos que as primeiras viagens realizadas pelo Monarca, datadas<br />

das décadas de 1840 e 1850, visavam a consolidação territorial, política e cultural<br />

do Império, que sofria uma série de revoltas nesse contexto. 113 Apesar de<br />

sobressaírem as viagens de cunho político, para João Ricardo Ferreira Pires, D.<br />

Pedro II também efetuou viagens a passeio, “como as feitas para Petrópolis ou<br />

para a região das águas termais do sul de Minas – e há várias outras protocolares<br />

ou administrativas para inaugurar estradas de ferro e outras obras”. 114<br />

Ainda de acordo com João Ricardo, as viagens pelo Brasil tinham caráter<br />

mais público que privado, uma vez que para sua realização “os gastos ficavam<br />

divididos entre o governo central, o governo provincial, as câmaras e<br />

particulares”. 115<br />

111 PIRES. Op. cit. 2007. P. 29.<br />

112 CARVALHO. Op. cit. 2007. P. 157.<br />

113 PIRES. Op. cit. 2007. P. 21.<br />

114 Idem. P. 21 e 22.<br />

115 Idem. P. 22.<br />

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