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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ... - ICHS/UFOP

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mais especificamente ao museu Tsarkoye Selo, “ao sair, quebrava pela primeira<br />

vez nessa viagem, o incógnito com que se cobria, assinando no livro dos visitantes<br />

– Dom Pedro II” (Grifo do autor). 87<br />

No dia cinco de setembro Gobineau se juntou à comitiva e acompanhou o<br />

Soberano pela Rússia. Logo chegaram à Grécia, que não esteve no roteiro da<br />

primeira viagem devido à falta de tempo. De acordo com Lilia Schwarcz:<br />

“Recebido como um monarca tropical, d. Pedro estupefazia ao portar-se como um<br />

imperador civilizado”. 88<br />

A viagem à Grécia encantou o Imperador, que teve a oportunidade de<br />

conhecê-la por aproximadamente dois meses, partindo em novembro de 1876 para<br />

o Oriente Médio, “onde encontram, novamente, a imperatriz e sua comitiva, que<br />

incluía a condessa de Barral”. Após suas excursões pelo Oriente, D. Pedro II<br />

retornou à Europa em janeiro de 1877, passando por Roma, onde visitou o papa<br />

Pio IX; Tívoli, onde esteve no Palácio Villa d’Este; Viena e Milão, mas onde se<br />

deteve por mais tempo foi em Paris, aí permanecendo dois meses. De acordo com<br />

Schwarcz, em Paris o Monarca foi “recebido como um rei de um país remoto” e<br />

surpreendeu por sua “atitude democrática, pelas frases de efeito que pronuncia e<br />

pelos encontros com intelectuais: Quatrefages, Renan, Pasteur e sobretudo Vitor<br />

Hugo”. 89<br />

O encontro com Vitor Hugo ocorreu devido à insistência imperial. O<br />

intelectual e poeta, quando indagado se o visitaria, afirmou que não. Contudo,<br />

Pedro de Alcântara não se contentou com a resposta e foi à casa do então senador,<br />

onde foi recebido e levado ao interior da residência, finalmente encontrando-o.<br />

Após certo tempo de conversação, D. Pedro pediu uma foto do poeta e em<br />

contrapartida, lhe ofereceu a sua. 90<br />

Acreditamos que a simplicidade e a ausência de cerimônia, por parte do<br />

governante brasileiro, surpreendia e impactava todos que o conheciam. O uso<br />

constante da casaca e da gravata preta, utilizadas no dia-a-dia e também em<br />

cerimônias oficiais, escandalizava e causava espanto, como ocorreu durante um<br />

concerto na corte inglesa. Em relação ao vestuário imperial, um jornal londrino<br />

escreveu:<br />

87 LYRA. Op. cit. 1977. Vol. 2. P. 244.<br />

88 SCHWARCZ. Op. cit. 1998. P. 378.<br />

89 Idem.<br />

90 Idem.<br />

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