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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ... - ICHS/UFOP

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Capítulo 1 – D. Pedro II e Pedro de Alcântara<br />

O presente capítulo tem como finalidade apresentar as viagens feitas por<br />

D. Pedro II e a participação do Brasil nas Exposições Universais, consideradas um<br />

instrumento de conexão do Império com as outras partes das Américas e com a<br />

Europa.<br />

Ao viajar para o exterior e participar das Exposições Universais, o<br />

Imperador buscava manter contato com o mundo civilizado, ao mesmo tempo em<br />

que visava apresentar o Brasil como um país inserido nos caminhos do progresso:<br />

“Parecia necessário mudar a imagem externa do país e impor a sua ‘real face’: a<br />

civilização”. 12<br />

Durante as excursões ao exterior o Monarca se encontrou com pessoas<br />

importantes da sociedade, tais como reis e rainhas, políticos, além dos intelectuais<br />

por ele admirados, demonstrando-se nessas ocasiões um apaixonado pela ciência,<br />

letras, botânica, geografia e literatura. A todos surpreendia com seu conhecimento<br />

vasto, tendo sempre algum questionamento ou apontamento a fazer sobre os<br />

lugares e instituições, sobre os intelectuais e suas obras.<br />

O Imperador alegava que ao viajar buscava tornar o Brasil mais conhecido<br />

e que, se demonstrava sua sabedoria, era para que todos notassem que o país<br />

incentivava e buscava o acesso de todos os brasileiros ao conhecimento: “Se<br />

procurei mostrar aí o que já sabia, foi para que se visse que no Brasil também se<br />

estuda ainda mais em outras condições que não as minhas”. 13<br />

A partir da obra de Lilia Moritz Schwarcz, As Barbas do Imperador,<br />

podemos observar que além da erudição, o Soberano buscava se portar como um<br />

homem simples, apresentando-se ao mundo um ‘monarca-cidadão’.<br />

Tal posicionamento é perceptível a partir de elementos apresentados por<br />

Schwarcz. Vejamos: ao chegarem a Lisboa em 1871, Suas Majestades passaram<br />

aproximadamente dez dias no Lazareto, assim como os demais viajantes, não<br />

aceitando, portanto, tratamento distinto dos demais. D. Pedro II optou instalar-se<br />

em hotéis durante sua permanência nas localidades, recusando dessa maneira,<br />

12 SCHWARCZ. Lilia Moritz. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos.<br />

São Paulo: Companhia das Letras, 1998. P. 394.<br />

13 Idem. P. 385.<br />

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