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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ... - ICHS/UFOP

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em 1861. Apesar da distância temporal existente entre as excursões realizadas,<br />

acreditamos que podemos nos valer de algumas observações presentes em tal<br />

análise, para melhor compreendermos a viagem de 1881. Para Genovez, “É<br />

através do cerimonial que o poder é representado e demonstra a repartição do<br />

mesmo”. 3 Ou seja, ao visitar Minas Gerais, aproximando dessa forma o Império e<br />

a província, o Soberano apresentava-se como o representante máximo do poder,<br />

relacionando-se com os poderes locais, além disso, as viagens podem ser<br />

consideradas “um espaço de agregação das elites locais”. 4<br />

Antes de encetar qualquer viagem, D. Pedro II nomeava a comissão que o<br />

acompanharia e tal nomeação era um momento de grande prestígio para as<br />

pessoas escolhidas, uma vez que nessa ocasião o Imperador apresentava à<br />

sociedade aqueles que estavam mais próximos a ele, fazendo dessa nomeação<br />

motivo para disputa entre os que eram ou não escolhidos: “Nesse sentido, também<br />

podemos apontar para o jogo do prestígio, para a repartição do poder, para as<br />

gratificações como também para as punições”. 5 Além disso, ao escolher algumas<br />

pessoas ao invés de outras, “D. Pedro também podia utilizar-se destes artifícios<br />

para controlar parte da elite que lhe rodeou”. 6<br />

Ao logo do caminho a comitiva era composta por novos seguidores,<br />

geralmente pessoas gradas da cidade a ser visitada e também da região.<br />

Normalmente esses cidadãos eminentes participavam do cortejo de entrada do<br />

Monarca na cidade, assim como das festas de recepção e jantares oferecidos,<br />

gozando de grande prestígio entre a população nesse momento em que o Paço<br />

Imperial era transferido para a localidade: “São os dois lados de uma mesma<br />

moeda: daquele que é reconhecido como líder nacional, e que, ao sê-lo, favorece o<br />

reconhecimento local dos que podiam acompanhá-lo”. 7<br />

Durante as excursões pelo Império, títulos nobiliárquicos eram distribuídos<br />

em grande número entre os cidadãos ilustres, complementando então, o<br />

cerimonial de viagem. Dessa forma, o agraciado distingue-se perante a população,<br />

devido ao elevado grau de prestígio que passava a portar:<br />

3 GENOVEZ, Patrícia Falco. As Malhas do Poder: uma análise da elite de Juiz de Fora na segunda<br />

metade do século XIX. Juiz de Fora: Clio Edições Eletrônicas, 2002. P. 09.<br />

4 Idem. P. 11.<br />

5 Idem. P. 17.<br />

6 Idem<br />

7 Idem. P. 32.<br />

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